Mergulhada num cenário positivo, Cabotagem cresce sensivelmente
Embora muito se diga que
a cabotagem no Brasil ainda tem um bom chão pela frente até atingir um ponto
operacional confortável e condizente com seu potencial, Fernando Pimentel,
Ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior é enfático ao
comentar o cenário positivo do modal hoje.
“A cabotagem Brasileira
tem crescido a um ritmo consistente ao longo dos últimos anos e esta tendência
deverá se manter, com destaque para serviço de contêineres, cujo volume
de carga cresceu 62% nos últimos 4 anos. Apesar da estagnação desse
crescimento entre 2009 e 2010 devido aos efeitos da crise mundial , o ano de
2011 presenciou uma retomada da ordem de 20%, segundo os dados da Antaq
(Agência Nacional de Transportes Aquaviários). Este fato demonstra a
consistência do potencial da cabotagem brasileira, e sua viabilidade quando
confrontada com os demais modais”, afirma o Ministro.
Pimentel atribuiu essa
condição especialmente à estabilização macroeconômica do País junto à redução
da inflação, o que possibilitou o que ele chama de “renascimento da cabotagem
brasileira”. A recente queda das taxas de juros, criando condições cada vez
mais favoráveis ao setor, também é apontada por ele como um dos fatores
influentes: “Hoje a cabotagem de cargas domésticas encontra-se em fase de
franca expansão tendo evoluído para oferecer serviços integrados intermodais,
ampliando o leque de opções oferecido aos seus clientes. Esta evolução
possibilitou o crescimento dos volumes ao ponto de atingir a massa crítica
necessária para obtenção de ganhos de escala, viabilizando a entrada em
operação de novas e maiores embarcações, abertura de novas rotas e a melhoria
da qualidade dos serviços. Também tem evoluído a cultura do profissional de
logística e das empresas em geral no sentido de considerar a cabotagem como
opção válida para o transporte de mercadorias”.
Para o Ministro, essa
retomada é o começo de um círculo virtuoso no qual os ganhos obtidos
alavancaram a redução de custos e a ampliação do nível de serviço, atraindo
cada vez mais usuários, os quais, por sua vez, estimulam novas empresas a
atuarem nesse mercado, o que gera competição e qualidade, novas reduções de
custos e assim por diante. Ele ressalta que o governo, nesse contexto, exerce
um papel fundamental ao atuar diretamente na situação por meio do financiamento
de embarcações e estaleiros com recursos do FMM (Fundo de Marinha Mercante) e
também de investimentos em infraestrutura, modernização de processos e gestão
portuária. Recentemente, foi elaborado também um programa conjunto entre a SEP
(Secretaria de Portos), Ministério dos Transportes e Antaq para que haja um
incentivo ainda maior à cabotagem: o Pró Cabotagem, que tem como objetivo
identificar, remover as barreiras e implementar incentivos ao segmento.
Segundo Pimentel,
empresas que operam a navegação de cabotagem no Brasil de fato acreditam em um
enorme potencial de carga geral a ser capturar, da ordem de um para quatro em
relação a atual, o que acaba refletindo na alta dos investimentos previstos e
aprovados com recursos do FMM para construção de embarcações: “Da mesma forma
que as Empresas Brasileiras de Navegação, a construção Naval Brasileira será
favorecida por meio da ampliação e a diversificação de sua carteira de
pedidos, hoje bastante concentrada no setor de óleo e gás, colaborando
para o crescimento consistente e para a evolução tecnológica do setor”, atenta.
Embora as previsões sejam
boas, é preciso, no entanto, prestar atenção às desvantagens de um ciclo como
esse, de rápida expansão, para que não haja um descompasso entre a demanda e a
oferta de recursos, podendo limitar, no curto prazo, a realização plena do
potencial da cabotagem. Coincidentemente, os setores de óleo e Gás e a
navegação de longo curso (importação e exportação), que se utilizam dos
mesmos recursos críticos empregados pela cabotagem (construção naval, mão de
obra de marítimos, infraestrutura e operação portuária) também encontram-se num
ciclo de crescimento acelerado, transformando estas atividades em gargalos para
o setor, o que eleva os custos e retarda a execução dos investimentos
previstos. Estes recursos limitados demandam um certo tempo para se equalizarem
à demanda e tem de ser geridos de forma eficiente e inteligente no curto
prazo para evitar a degradação dos serviços e a perda de confiança do usuário.
“Como a cabotagem compete
com outros modais, passa a perder potencial de realização de mercado no curto
prazo em função destas limitações. No médio e longo prazo, porém, a evolução da
competitividade da industria de construção naval nacional, a ampliação da
infraestrutura e as ações de modernização e incentivo a serem implementadas
possibilitarão a redução de custos necessária para a realização do potencial
existente”, conclui o ministro.
Fonte: Portal Marítimo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário