quarta-feira, 23 de março de 2011

Encomendas de porta-contêineres preocupam indústria

Número crescente de pedidos pode não ser atendido.
 
 
 
A encomenda de porta-contêineres tem se tornado um evento praticamente diário. Na última semana, a Seaspan assinou um contrato no valor de mais de US$ 2 bilhões por uma série de embarcações 10.000 Teus (unidade equivalente a um equipamento de 20 pés). Logo depois, surgiu a notícia de que a OOCL estava fechando uma encomenda para dez embarcações de 13.000 Teus.

A Hyundai Heavy Industries, por sua vez, confirmou nesta semana que a Hambug Süd ordenou seis navios de 9.600 Teus, com possibilidade para mais quatro unidades, enquanto a Maersk, em fevereiro, fez sua encomenda de US$ 1,9 bilhão por 10 navios de 18.000 Teus de capacidade, com um acordo para mais 20.
Outros proprietários, como a Zodiac Maritime, o Mediterranean Shipping Co, Hapag-Lloyd, Evergreen, Costamare, Schulte, Ofer Group and Neptune Orient Lines, também fizeram suas encomendas de porta-contêineres de grande porte. Além disso, a NOL disse que planeja encomendar navios da classe dos 13.000 Teus.

Analistas vêm se perguntando se todo este cenário está começando a se tornar uma repetição de 2007, quando a ordem de compra subiu para níveis nunca vistos e que, sem dúvida, contribuiu para o colapso que se seguiu depois, quando a capacidade não deu conta do volume de cargas. Mas, por enquanto, a resposta é negativa. A indústria ainda se debate para reparar sua situação econômica depois do encolhimento do mercado de 60% na época de pico para menos de 27%, segundo dados da Maersk.

Contudo, mais encomendas certamente serão feitas nos próximos meses já que as companhias lutam para se equilibrarem, com contratos de um ano inteiro, totalizando cerca de 1,5 milhões de teu – mais do que o dobro da quantidade registrada em 2010.

Este ainda é um longo caminho para que a indústria chegue à soma de 3,5 milhões de teu de 2007. As encomendas dessas companhias adquirirão ativos a preços bem mais baratos do que os que os pátios cobravam há quatro, cinco anos atrás. Esses navios também serão mais eficientes em matéria de combustível e menos poluentes, além de serem designados para mercados específicos, como os trades da América Latina.

Em uma indústria com um recorde tão volátil, esta renovação das encomendas precisa ser monitorada bem de perto para que os sinais de excesso não façam com que as ofertas e a demanda fiquem, mais uma vez, em descompasso.
fonte: http://www.guiamaritimo.com.br/

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