segunda-feira, 9 de maio de 2011

Portos estão na rota do tráfico



A Polícia Federal (PF) vai investigar o uso do Complexo Portuário de Itajaí como rota do tráfico internacional de drogas. Uma quadrilha, desmantelada quinta-feira, pode ter usado os terminais locais para embarcar o entorpecente para a Europa, onde era vendido.

A organização criminosa, comandada por sérvios, foi alvo de uma operação que recebeu o nome de Niva, iniciada dois anos atrás. Durante esse período, foram apreendidos 620 quilos de cocaína e R$ 2 milhões.

Ao todo, 47 pessoas foram presas desde o início das investigações. Quinta-feira, a PF cumpriu 60 mandados judiciais. Foram 28 de busca e apreensão e 32 de prisão temporária em São Paulo, Espírito Santo, Paraná, Amazonas, Pará e Rondônia. A maioria dos suspeitos é da Sérvia.

O líder do grupo seria Goran Nesic, preso em Bauru (SP). A quadrilha transportava para a Europa cocaína vinda da Bolívia em navios de carga ou de cruzeiros, que saíam de portos brasileiros. Tripulantes contratados no Exterior recebiam entre 25 e 30 quilos de cocaína, e levavam a droga escondida para os navios.

A rede de tráfico também embarcava a cocaína usando a tática conhecida como “pescaria”. A droga era transportada em lanchas até as área onde os navios são ancorados antes de atracarem no porto. Dali, os tripulantes “pescavam” o entorpecente. Assim, eram transportados em um único navio entre 100 e 200 quilos da droga.

Levantamento aponta portos de Santos e Rio Grande

O levantamento feito pela PF aponta que o transporte da droga era feito via portos de Santos (SP), Rio Grande (RS) e outros do Nordeste, mas o Complexo Portuário de Itajaí também pode estar na lista. O delegado da PF em Santa Catarina, Hildo Rosa, explica que a quadrilha usava o mesmo modo de operação de um outro grupo de sérvios, descoberto no ano passado, que usava portos catarinenses para o transporte da droga.

– Considerando que as quadrilhas operavam da mesma maneira, usando a atividade portuária, é provável que portos em Santa Catarina também tenham sido usados – disse o delegado, que citou o Complexo de Itajaí como possível rota dos criminosos, o que será investigado.

O superintendente do Complexo Portuário, Antônio Ayres dos Santos, disse que não sabia da possibilidade da área ter sido usada como rota da quadrilha presa esta semana. Segundo ele, o porto recebe as cargas que são encaminhadas por despachantes aduaneiros, e não abre os contêineres:

– Se existe uma suspeita, quem faz a verificação é a Polícia Federal ou a Receita Federal.

Fonte: Jornal de Santa Catarina

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