quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Brasil vive boa fase para potencializar PPPs

Ambiente externo favorece investimentos no País.



O Brasil está em fase de alta atratividade para investimentos em infraestrutura através das PPPs (Parcerias Público-Privadas). Essa é a opinião dos participantes do seminário "Competitividade Brasil - Custos de Transação/ Infraestrutura" realizado nesta terça-feira, dia 23 de agosto, pela Amcham, em São Paulo.

O vice-governador do Estado, Guilherme Afif Domingos, considera que as turbulências nos EUA e na Europa tornam o País um dos destinos mais atraentes para investimentos. "A crise que abate países desenvolvidos gera liquidez internacional querendo se aportar. Sem dúvida, mesmo com os problemas e gargalos que tem, o Brasil oferece as melhores condições comparadas aos investimentos", destacou Afif.

Ele destaca que o Brasil precisa aumentar as taxas de investimentos. Para a economia brasileira crescer mais de 5% ao ano, tem de investir 25% do PIB (Produto Interno Bruto), em vez dos atuais 18%. Nesse sentido, o envolvimento da iniciativa privada será cada vez mais importante. "Precisamos criar um modelo diferenciado no País para poder nos ‘desintoxicar’ de apenas fazer obras com orçamentos públicos. O céu é o limite para as PPPs", enfatizou Afif.

Para Maurício Portugal Ribeiro, chefe do departamento de consultoria em Infraestrutura para o Brasil da IFC (International Finance Corporation), braço financeiro privado do Banco Mundial, além da conjugação de fatores externos que favorecem a entrada de recursos no Brasil, que podem ser canalizados para investimentos, há um ambiente institucional estável.

"O País pode fazer uma revolução a exemplo da que já se deu nos setores de energia e telecomunicações nos últimos anos, com maior acesso da população a esses serviços", afirmou. Na visão de Portugal Ribeiro, os investidores estrangeiros estão cientes de que, mesmo com a transição do governo federal de um comando da centro esquerda para esquerda, em 2003, não houve quebra de contratos, situação até então inédita na América Latina.

O Estado de São Paulo está articulando um total de 103 projetos de PPPs, com investimentos de R$ 32,3 bilhões e geração de quase 59 mil empregos diretos. São 18 projetos já anunciados e 85 em negociações para serem fechados até 2015. Já a deficiência de infraestrutura de transportes no País tem elevado os custos logísticos, que, segundo Cindy Haring, CEO da DHL Global Forwarding, equivalem a 12% do PIB, reduzindo a competitividade das companhias.

Ela destacou o precário panorama do setor que, atualmente, tem 65% do transporte de cargas feitos pelo modal rodoviário, composto por 1,76 milhões de quilômetros de rodovias, sendo somente 212 mil quilômetros pavimentados. Nos aeroportos, a movimentação de cargas cresceu 122% entre 2000 e 2010, mas os pátios de contêineres estão extremamente saturados. A malha ferroviária é de apenas 26 mil quilômetros e a hidroviária de pouco mais de 13 mil quilômetros, insuficiente para um país com dimensões continentais.

Quanto aos portos, Cindy disse que é preciso realizar mais dragagens para o recebimento de navios de maior porte e diminuir a burocracia alfandegária. "O tempo médio de permanência dos navios é de oito dias. Trata-se de um backlog que não podemos esperar. Por um lado, o País quer crescer, porém, por outro, a parte de infraestrutura não tem acompanhado", salientou.

Fonte: http://www.guiamaritimo.com.br/nota.php?id=5492&gmn=1

Nenhum comentário:

Postar um comentário