terça-feira, 16 de agosto de 2011

País deve sofrer impactos da crise

Ritmo das exportações corre risco de forte queda.



Turbulência econômica reduzirá as exportações brasileiras, já que as commodities respondem por 70% deste mercado. Diante da recessão na Europa e a iminência de uma crise econômica similar a ocorrida em 2008, nos EUA (Estados Unidos), o Brasil, que tem registrado números positivos na exportação, deve sofrer forte queda, já que, as commodities, hoje, respondem por mais de 70% do montante exportado. "O cenário mundial pode diminuir o ritmo para as exportações e investimentos estrangeiros, mas ainda é cedo para avaliar o estrago". A avaliação é de Adriano Pires, diretor do CBIE (Centro Brasileiro de Infraestrutura).

Segundo ele, no entanto, a turbulência econômica não deve trazer reflexos na taxa de câmbio brasileira, que é bastante influenciada pelas cotações de commodities. "A nossa moeda se valorizou porque lá fora a economia andou mal e os juros do Brasil são interessantes.
 
Por isso, mesmo se a cotação das commodities caírem, o impacto no câmbio será pequeno, pois a valorização do real não se deu por conta desta cotação", acredita. Por outro lado, o especialista afirma que o País deverá ser afetado, principalmente, porque "perdeu a chance de crescer". "Não aumentamos nossa competitividade por conta da falta de infraestrutura e logística. O consumo da classe C e D acelerou e não criamos políticas públicas compatíveis com este crescimento, falta energia, aeroporto, estrada, porto e em curto prazo não há uma solução", sustenta.
 
Apesar das previsões, Adriano Pires diz que ainda é possível adotar medidas que blindem o mercado brasileiro como, por exemplo, o corte de gastos públicos e um modelo de concessão, que possibilite o aumento de nossa competitividade, "mas isso só funciona com garantias jurídicas e vontade política de regular e fiscalizar. O Brasil tem uma demanda reprimida muito grande e para se manter com uma fatia importante no mercado exportador - que seria nossa vocação - é necessário que se implementem melhorias na logística e em todos os modais, sejam em estradas, portos ou aeroportos", finaliza.
 

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