sábado, 22 de outubro de 2011

Pernambuco é destaque em pesquisa, produção e serviços em Energia Eólica



A atual época de ouro da energia eólica no Brasil é capitaneada com suor e cérebros pernambucanos. Apesar de contar com apenas dois parques de geração em seu território (um em operação e outro a ser construído, como mostra a arte abaixo), Pernambuco ocupa posição de vanguarda em pesquisa científica, fabricação de equipamentos e prestação de serviços especializados para o setor.

 A soma desses fatores coloca o Estado anos à frente dos demais nos quesitos potencial de captação de indústrias, geração de empregos, formação de mão de obra e produção de conhecimento. Um cenário que promete se mostrar vigoroso até 2020, quando, segundo o mercado, o Brasil estará entre os cinco maiores produtores de energia eólica do mundo.

Ontem, o secretário executivo de Desenvolvimento Econômico, Roberto de Abreu, revelou que a IBM Service realizou levantamento no Brasil e constatou que Pernambuco é o Estado mais promissor para atrair empresas de energia eólica.

A área começou a ser pesquisada em Pernambuco no início dos anos 80. Na época, a Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene) incentivou estudos para criar unidades de bombeamento de água de poços no Sertão movidas a energia eólica. Em 1997, foi criada a pós-graduação em engenharia mecânica na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), sendo uma das pioneiras no País a contar com uma disciplina específica de engenharia eólica.

Desde então, 19 alunos defenderam teses de mestrado no assunto, muitos passando a integrar o corpo docente da instituição em seguida.

Para a formação de mão de obra, Pernambuco larga na frente com seu pioneirismo. A expansão eólica no Brasil vai encontrar no Estado um ambiente preparado para dar conta da formação de profissionais, de ensino superior e técnico, e aproveitar oportunidades na área de manutenção, por exemplo, um serviço que será muito demandado quando todos os parques contratados estiverem funcionando, explica o pesquisador e professor do Departamento de Engenharia Mecânica da UFPE, Alex Maurício Araújo.

Quase dez anos depois da criação do curso de pós-graduação no segmento, duas empresas subsidiárias de multinacionais, a Impsa Wind e RM Eólica, escolheram Suape para sediar seus projetos industriais. A localização geográfica do Estado e o crescimento do porto foram os fatores preponderantes para o anúncio dos investimentos. Hoje, torres e aerogeradores made in Pernambuco equipam os parques eólicos que se espalham pelo País.

A operação das fábricas que estão em processo de expansão transformou, automaticamente, o Estado em rota de interesse de fornecedores dessas plantas.

Diferentemente de outros Estados, onde investimentos industriais vêm sendo anunciados agora, em Pernambuco os projetos estão consolidados e produzindo. Nós, por exemplo, possuímos carteira de encomendas de 500 aerogeradores por ano até 2014, que totalizam R$ 1 bilhão em faturamento.

Isso é garantido, afirma o diretor operacional da Impsa Wind, Frank Migiyama, acrescentando que empresas metalúrgicas, especialmente as de usinagem e caldeiraria, são exemplos mais urgentes de fornecedores que precisam estar perto da fábrica do grupo.

Hoje, o País conta com 57 parques eólicos em operação e 30 em construção. Um investimento de R$ 25 bilhões a R$ 30 bilhões.

Muitos efetuados diretamente por empresas pernambucanas ou com sede no Estado como a Eólica Tecnologia (dona de parte da maior usina eólica do Brasil, Alegria 1 e Alegria 2, no Rio Grande do Norte, com capacidade de geração de 151 MW), Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf, que comanda dois parques na Bahia) e a Brennand Energia. Sem contar que diversos investimentos em todo o País se tornaram realidade com o auxílio de profissionais também pernambucanos.

Desde indústrias de construção civil (com destaque para a Cinzel) até fornecedoras de serviços de montagem (como a Saraiva Equipamentos, dona dos guindastes utilizadas nessas operações).
Para se ter uma ideia do crescimento na área, a Multiempreendimentos, empresa pernambucana que presta consultoria na elaboração de projetos eólicos, faturou, em todo ano de 2009, R$ 1,5 milhão.

Somente neste primeiro semestre de 2011, devemos obter R$ 8,5 milhões, compara o diretor-presidente, Pedro Cavalcanti.
  

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