Para representante de metalúrgicos, possível controle pelo grupo sul-coreano Samsung Heavy Industries resolveria os problemas financeiros do Estaleiro Atlântico Sul
A possibilidade de o grupo sul-coreano Samsung Heavy Industries assumir o controle acionário do Estaleiro Atlântico Sul (EAS), no Complexo de Suape, não preocupa os trabalhadores da indústria metalúrgica em Pernambuco.
Pelo menos é o que defende o presidente do sindicato da categoria (Sindimetal), Alberto Alves, o Betão. Na avaliação do sindicalista, o mais importante é sanar os problemas financeiros do empreendimento para manter a viabilidade econômica do negócio.Não importa quem será o patrão. O interesse da categoria é a permanência dos empregos e salários dignos, afirma Betão.
Pela estimativa do sindicato, o EAS conta hoje com cerca de 6 mil funcionários próprios e terceirizados. No ano passado, a empresa chegou a ter 11 mil trabalhadores, mas desmobilizou parte da mão de obra depois de concluir o casco da plataforma P-55 e de entrar na reta final de montagem do petroleiro João Cândido.
Queremos que esse problema de comando se resolva para o projeto do estaleiro deslanchar. Estamos falando de um empreendimento importante para o Estado, um dos maiores projetos estruturadores. Isso sem falar na importância nacional para a retomada da indústria naval, destaca Betão.
O sindicalista diz que uma preocupação poderá ser o estilo de gestão dos coreanos, que são conhecidos pelo alto grau de exigências. A Samsung é a segunda maior fabricante de navios do mundo (atrás apenas da também sul-coreana Hyundai) e é líder no ranking de produtividade. Mas os caras são os bambas nesse setor e os pernambucanos poderão aprender muito, diz o presidente.
A diretoria do Sindimetal também não acredita na perda de postos de trabalho pelos pernambucanos para os coreanos.
A previsão é que até o final deste mês 400 coreanos cheguem ao Atlântico Sul para ocupar cargos tanto no chão de fábrica quanto em posições de chefia. O setor está em plena expansão e demandando mão de obra. Eles vão trazer um pequeno número de coreanos, até porque seria caro trazer um quadro inteiro de operários de lá para cá, comenta.
Em 2010, o EAS começou a trazer decasséguis (brasileiros descendentes de japoneses que migraram para o País oriental) que trabalhavam em estaleiros no Japão. Eles ajudaram na construção do João Cândido e na P-55. Agora vão fazer algo semelhante, trazendo os coreanos para melhorar os índices de produtividade, completa.
PROVA DE MAR
Se não ocorrerem mudanças de planos, a prova de mar do João Cândido será no próximo dia 28. O navio seguirá para o teste de navegação faltando só dois meses para completar dois anos desde que o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva comandou a cerimônia de batismo e lançamento ao mar da embarcação.
Procurado, o estaleiro não se pronunciou.
JC DIGITAL
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