sexta-feira, 18 de maio de 2012

NE se consolida como 2º maior empregador


Sudeste se manteve na liderança. O ano de 2010 registrou mais diversificação das empresas brasileiras

Embora a região Sudeste mantenha a liderança na quantidade de pessoal ocupado nas empresas do País, a região Nordeste se consolidou na segunda posição, desbancando a região Sul mais uma vez, segundo os dados do Cadastro Central de Empresas (Cempre) 2010, divulgado ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em 2010, o Sudeste ficou 51,1% do pessoal ocupado assalariado no Brasil, enquanto o Nordeste empregou 18,4%, e o Sul concentrou 17,0% da força de trabalho assalariada. “A região Nordeste emprega mais do que o Sul, mas é a que paga pior”, ressaltou Kátia Cilene Medeiros de Carvalho, analista da área de Planejamento, Disseminação e Análise da Gerência do Cempre, no IBGE.
O Nordeste figurou em terceiro lugar no ranking das regiões para a massa de salários paga aos trabalhadores, com uma fatia de 14,1%. O Sudeste liderou a lista, com uma concentração de 55,5% da massa salarial, seguido pelo Sul, que pagou 15,4% da massa salarial do País. “Mais de 60% dos empregados do Nordeste estão concentrados na faixa de um a dois salários mínimos. Talvez isso aconteça pelas características das atividades da região, que talvez paguem salários um pouco mais baixos”, avaliou a pesquisadora.
Diversificação de empresas
O ano de 2010 registrou um aumento na diversificação das empresas brasileiras, segundo o Cempre. Apesar do aumento de 5,8% no número de empresas e outras organizações, em relação a 2009, o comércio perdeu participação (-2,3 ponto porcentual), assim como a indústria da transformação (-0,4 ponto porcentual) e outras atividades de serviços (-0,4 ponto porcentual). Ganharam espaço na economia as atividades de agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura (1,1 ponto porcentual), construção (0,8 ponto porcentual), atividades profissionais científicas e técnicas (0,5 ponto porcentual), transporte, armazenagem e correio (0,3 ponto porcentual), atividades imobiliárias (0,2 ponto porcentual), atividades administrativas e serviços complementares (0,1 ponto porcentual), saúde humana e serviços sociais (0,1 ponto porcentual) e alojamento e alimentação (0,1 ponto porcentual). “A participação relativa do comércio no número de empresas recuou, embora o Comércio ainda lidere o número de empresas, o pessoal ocupado e o pessoal assalariado”, apontou Denise Guichard, gerente de Planejamento, Disseminação e Análise do Cempre. “Isso mostra que houve uma diversificação maior das atividades das empresas brasileiras.”
Micros
As microempresas ainda figuraram com uma fatia de 88,5% das empresas nacionais em 2010, contra 9,90% das pequenas, 1,3% de médias, e 0,30% de grandes empresas. Entretanto, 58% da massa salarial paga aos trabalhadores brasileiros e 42,90% da força de trabalho ainda ficaram concentrados nas grandes companhias. “Há um predomínio de microempresas no País. Mas, em termos salariais e pessoal ocupado assalariado, são as grandes empresas que se destacam”, ressaltou Denise. “Quanto maior o tamanho da empresa, maior o salário médio. São as empresas grandes que pagam salários acima da média”. Construção lidera no mercado formal A geração de emprego e o aumento da renda levaram o comércio a assumir, pela primeira vez, a liderança no número de empregados assalariados com carteira assinada, segundo dados do Cempre/IBGE.
No Nordeste, no entanto, a liderança é da construção civil, que ocupou 20,1% do pessoal empregado entre 2007 e 2010, seguido por comércio (19,6%), indústria de transformação (10,3%), atividades administrativas (9,3%) e alojamento e alimentação (4,0%). No País, o comércio ficou com uma fatia de 22,9% do saldo do pessoal ocupado nos quatro anos, à frente da construção (15,1%), indústrias de transformação (11,8%), atividades adminstrativas (11,2%) e transporte (6%). “Foi a primeira vez que o comércio assumiu a liderança no pessoal ocupado assalariado no País. O setor já liderava em número de empresas e em pessoal ocupado total que inclui proprietários e sócios”, explicou Denise Guichard, gerente de Análise do Cempre. “O que explica essa liderança é o aumento da massa salarial, que levou a mais consumo. Isso reflete em alta do emprego no comércio.”

Nenhum comentário:

Postar um comentário