O porto aguarda a aprovação na MP
dos Portos para a Antaq licitar as unidades de contêineres, de grãos e de
minérios.
A equipe do porto do Complexo
Industrial Portuário de Suape, localizado no Estado de Pernambuco, aguarda que
a Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) inicie a licitação de
três terminais no porto: uma nova unidade para operação de contêineres, uma
para grãos e uma terceira de minérios.
De acordo com o vice-presidente
do Complexo, Caio Ramos, os processos já estavam em análise na
agência
reguladora para posterior licitação da autoridade portuária, o que não ocorrerá
mais. Agora, pela MP enviada ao Congresso Nacional, as licitações serão
concentradas na Antaq.
O fato é que os novos terminais
contribuirão para a audaciosa meta de movimentação do porto de Suape. No ano
passado, foram movimentadas 11,18 milhões de toneladas, um decréscimo de 0,6%
em relação a 2011 (11,25 milhões de toneladas). Segundo Ramos, a estimativa pelo
Plano de Desenvolvimento de Zoneamento (PDZ) de 2010, é que o porto movimente
30 milhões de toneladas de carga em 2014, 50 milhões em 2016, 60 milhões em
2020 e 90 milhões em 2030, o que significará quadruplicar o volume.
Uma parte desse volume deve ser
do minério de ferro originado no Piauí, além de contêineres, açúcar e veículos.
No ano passado, por exemplo, a empresa recebeu uma carga recorde de veículos –
cerca de dois mil carros das montadoras General Motors e Volkswagen e há
expectativas em virtude da nova unidade da Fiat, que está sendo instalada na
cidade de Goiana, norte do Estado.
Ramos explica que o novo terminal
de contêineres será instalado nos cais 6 e 7, com 771 metros de extensão e 15,5
metros de calado, e terá capacidade de movimentar 700 mil TEU ao ano. “Serão R$
697 milhões de investimento privados e R$ 133 milhões de recursos públicos
aplicados na dragagem”, detalha o executivo. Segundo ele, no ano passado, foram
movimentados no porto 400,178 TEU, uma redução de 8% em relação ao ano anterior
(434,905), quando tinha apurado crescimento de 33,3%. “Pelo PDZ, nossa
expectativa é atingir 900 mil TEU em 2014, 1 milhão de TEU em 2016 e 1,5
milhões em 2020”.
O outro terminal vai movimentar
grãos e funcionará nos cais 8 e 9, com 770 metros de extensão e 15,5 metros de
profundidade. “Ainda está em negociação a capacidade estimada com a ferrovia
Transnordestina, mas fala-se em 9 milhões de toneladas”, diz Ramos, ao
acrescentar que o terminal deve receber R$ 850 milhões de recursos privados.
O terceiro terminal já conta com
licença prévia ambiental para ser instalado na Ilha da Cocaia e vai movimentar
granéis sólidos, especialmente minério e coque. “A unidade contará com 750 mil
metros quadrados e receberá R$ 869 milhões de investimentos privados e R$ 377
milhões de recursos públicos”, detalha Ramos. Segundo ele, nesses três projetos
a iniciativa privada deve aplicar cerca de R$ 3 bilhões e o poder publico cerca
de R$ 1 bilhão, incluindo R$ 300 milhões em dragagem.
Atualmente, Suape possui cinco
cais para atracação no porto interno e um molhe de pedras de proteção em “L”,
que abriga três píeres de granéis líquidos, um cais de múltiplos usos e uma
tancagem flutuante de GLP, no porto esterno.
Já são mais de 100 empresas em
operação, responsáveis por mais de 25 mil empregos diretos, e outras 50 em
implantação. Entre elas, indústrias de produtos químicos, metal-mecânica, naval
e logística, que vão fortalecer os polos de geração de energia, granéis
líquidos e gases, alimentos e energia eólica. Tudo isso somado supera os R$ 50
bilhões em investimentos.
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