Os portos de Suape, em Pernambuco, e Pecém, no Ceará, são um dos retratos do novo Nordeste que se encontra em construção. Representam reforço na infraestrutura, trabalham de forma profissional, buscam eficiência e não competem entre si. Enquanto Suape tem perfil predominantemente importador, Pecém é principalmente exportador.
Considerado "a grande poupança que o povo pernambucano fez durante 34 anos", o porto de Suape movimentou, até 2012, 11 milhões de toneladas e, até 2016, deve chegar a 50 milhões de toneladas, enquanto que, no complexo industrial agregado à área portuária, se instala um polo de empresas da cadeia do petróleo, gás offshore e naval.
A refinaria Abreu e Lima e a Petroquímica Suape, em implantação, devem começar a operar em 2014. Também ali já se encontra em funcionamento o Estaleiro Atlântico Sul.
Com a chegada da argentina Impsa, produtora de equipamentos para energia eólica, o complexo acompanha a formação de um cluster da cadeia eólica. A LM Wind Power, fabricante de pás eólicas, também tem endereço em Suape.
"A Companhia Siderúrgica Suape, ao lado, abre espaço para empresas que vão consumir chapas e bobinas laminadas", destaca o diretor de gestão portuária de Suape, Leonardo Cerquinho.
Ele lembra que uma equipe de profissionais foi treinada pelo Banco Mundial visando a atrair e a dar suporte a empresas estrangeiras que se instalem na área.
Ampliação. O plano diretor do complexo industrial e portuário de 1979, quando foi criado, foi revisto em 2011 - visando até 2030.
Hoje o porto tem seis quilômetros de cais, o que deve ser duplicado até 2015, com projeção de chegar a 35 quilômetros em 2030.
"Há uma capacidade de expansão planejada muito grande nos próximos anos", assegura Cerquinho. "Isso não é um desejo, é projeção diante dos investimentos."
"É muita coisa acontecendo ao mesmo tempo", afirma ele, ao prever a movimentação, mesmo que ainda sem previsão de data, de outras 15 milhões de toneladas em soja, minério de ferro e gesso quando a ferrovia Transnordestina for concluída.
Pecém. Mais jovem, criado há dez anos, o Porto de Pecém, no Ceará, é o maior exportador de frutas e pescados do Brasil, transportando 42% da produção de frutas do Brasil para o mercado interno, europeu e norte-americano.
Registra também uma grande movimentação de produtos têxteis e de calçados e lidera, entre os portos brasileiros, a importação de clínquer, matéria-prima para a fabricação de cimento.
A Companhia de Integração Portuária do Ceará (Cearáportos) comemora um novo recorde de movimentação de mercadorias no Terminal Portuário: em agosto foram transportados 600,5 mil toneladas de mercadorias, o que representa um aumento de 140% em relação a agosto do ano passado.
No acumulado de janeiro a agosto de 2013, a movimentação total de cargas do Pecém cresceu 30% em relação ao mesmo período de 2012, totalizando 3,2 milhões de toneladas.
A maior movimentação foi de granel líquido (33%), seguida por carga conteinerizada (26%). Também cresceu em 34%, neste período, a movimentação das importações, chegando a 2,6 milhões de toneladas, tendo como carro-chefe os combustíveis e óleos minerais.
O governo do Ceará deverá investir cerca de R$ 2 bilhões no terminal portuário até 2016.
O Nordeste tem quatro bons portos. Além de Suape e Pecém, conta com o de São Luís (MA) e o de Itaqui (BA). Um quinto porto está sendo construído em Ilhéus (BA).
Fonte: Angela Lacerda, de O Estado de S. Paulo
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