Dilma Rousseff prometeu construir os 77 quilômetros do Arco Viário Metropolitano que vai ligar o Litoral Norte ao Complexo Industrial Portuário de Suape
Os gargalos logísticos são um dos principais
entraves ao desenvolvimento do Nordeste. Em função deles, as empresas gastaram
no transporte de mercadorias R$ 30,2 bilhões em 2010, o equivalente a 6% do
Produto Interno Bruto (PIB) da região. A constatação foi feita pelo estudo
Nordeste Competitivo, realizado pela consultoria Macrologística, a pedido da
Confederação Nacional da Indústria (CNI) e das nove federações das indústrias
do Nordeste.
Depois de analisar os meios de transportes usados
pelas principais cadeias produtivas da região, os consultores Renato Pavan e
Olivier Girard concluíram que serão necessários R$ 71 bilhões, em 196
obras,
para preparar a infraestrutura logística para as necessidades do parque
produtivo em 2020. Como um investimento deste porte está longe das combalidas
finanças públicas, os consultores listaram 83 projetos prioritários, em nove
eixos de integração regional, que exigirão R$ 25,8 bilhões.
Muitos projetos já foram iniciados, mas é enorme a
disparidade entre o andamento dos trabalhos e as necessidades da economia em
franca expansão. É o caso dos 1.728 quilômetros da Nova Transnordestina, um dos
principais projetos do PAC. O ministro dos Transportes, César Borges anunciou
que a conclusão da obra foi adiada para setembro de 2016 - o prazo original era
dezembro de 2010, prorrogado depois para 2015.
"O projeto do Porto Sul, em Ilhéus, na Bahia,
ainda está em fase de discussão em audiências públicas e nada aconteceu na
hidrovia do Rio São Francisco. A Ferrovia de Integração Oeste-Leste (Fiol) anda
em ritmo lento na Bahia, e nenhuma concessão rodoviária prosperou",
comenta Pavan. A exceção é o respeito ao cronograma, como acontece com as obras
do terminal de grãos (Tegram) do Porto de Itaqui, no Maranhão.
Balanço divulgado em abril mostra que R$ 40,6
bilhões estão sendo investidos nos Estados nordestinos pelo Programa de
Aceleração do Crescimento (PAC) apenas no eixo transportes, no período de 2011
a 2014. Se parte significativa das obras depende de recursos federais, os
governadores também abrem os cofres para bancar algumas intervenções.
"Estamos financiando com recursos próprios obras
do Porto de Pecém", diz Cid Gomes (PSB), governador do Ceará. No ano
passado, o investimento de R$ 510 milhões foi destinado à construção de um novo
terminal de múltiplo uso, com dois berços, à ampliação do quebra-mar e ao
prolongamento de uma ponte. Em maio foi realizada nova licitação para uma ponte
de acesso ao quebra-mar, a construção de um cais com dois berços e a ampliação
do pátio de retroárea. "Será um investimento de aproximadamente R$ 650
milhões", explica Gomes. A maior parte das obras do Porto de Pecém está na
lista de prioritárias pelo estudo Nordeste Competitivo. O PAC está investindo
R$ 5,9 bilhões no Estado até 2014.
Pernambuco deve receber R$ 5,9 bilhões do PAC no
período de 2011 a 2014 para a área de transportes. Entre as obras listadas, estão
em andamento a duplicação das rodovias federais BR 101, 232, 408 e 104. A
presidente Dilma Rousseff prometeu construir os 77 quilômetros do Arco Viário
Metropolitano que vai ligar o Litoral Norte ao Complexo Industrial Portuário de
Suape, no Litoral Sul. O Aro vai exigir investimento de R$ 1,2 bilhão e a
licitação está prevista para este mês.
O maior volume de recursos do PAC, R$ 9,7 bilhões,
foi destinado para a Bahia. A Via Expressa Baía de Todos os Santos,
interligando o Porto de Salvador a outras regiões do Estado, acaba de ser
inaugurada. Foram cerca de R$ 450 milhões em investimentos federais e
estaduais.
Fonte: Valor
Econômico
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