O segundo megabloco importado pelo Estaleiro Atlântico Sul (EAS) chegou, nesta quinta-feira (14), ao Porto de Suape, parte do quarto petroleiro suezmax, já em construção. A peça tem em torno de 12 mil toneladas e veio em um navio de bandeira chinesa. O EAS não informou dimensões ou valor do megabloco, mas garantiu, por nota, que a importação não implica em redução da mão de obra (atualmente em seis mil trabalhadores) e mantém a embarcação dentro do índice de nacionalização de 65% estabelecido pelo Programa de Modernização e Expansão da Frota da Transpetro (Promef).
A palavra “competitividade” justifica a opção pela importação da peça, e aconteceu anteriormente para compor o terceiro navio produzido pelo EAS, o Dragão do Mar, hoje em acabamento e cuja entrega está prevista para a segunda quinzena de dezembro próximo. O primeiro megabloco chegou a Suape em julho último.
Para a operação, o navio que traz o megabloco submerge até 20 metros para que a peça flutue e possa ser levada por um rebocador até a área do EAS. É mais fácil dessa forma do que içando a peça, segundo explica o diretor de Gestão Portuária de Suape, Leonardo Cerquinho. “É preciso também que a operação seja em área abrigada, porque a peça pode avariar o navio ou vice-versa”, pontuou.
Para Suape, essa operação é vista pelo viés do desenvolvimento econômico, porque “do ponto de vista financeiro, não faz tanta diferença”, segundo Cerquinho. “É uma receita semelhante à arrecadada com navios de líquidos (como gasolina e diesel), que gira em torno de R$ 21 mil”, diz. Embora demorada, a operação concede competitividade ao Porto. “Existe sempre um dilema entre o que é bom para o Porto e o que é bom para o Estado. Suape é um porto-indústria, então é importante que as empresas tenham possibilidade de fazer operações mais complexas”.
A Transpetro, dona dos navios encomendados ao EAS, avaliza a importação. Partindo da determinação do Programa de Modernização e Expansão da Frota (Promef), a Transpetro diz que “não vai aceitar menos do que 65% de conteúdo nacional em cada navio”. “Em outras palavras, de cada R$ 100 gastos na construção do navio, R$ 65 têm que ser gastos, obrigatoriamente, no Brasil. Os R$ 35 restantes podem ser gastos com importação de componentes“. Ainda segundo a Transpetro, “todos os navios entregues até agora tiveram as premissas respeitadas e o mesmo acontecerá com os próximos”. Na segunda série, o percentual de nacionalização sobe para 70%.
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