terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Brasil depende de infraestrutura e qualificação para crescer mais

PortoGente entrevistou o economista Clemente Ganz Lúcio, diretor técnico do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese). Para ele, o País está no caminho de economia sustentável devido ao fortalecimento do mercado interno, gerado pela massa salarial que cresce com a criação de empregos e a melhoria na distribuição de renda. Para 2011, o desafio está na infraestrutura de transporte e de conhecimento.
* Brasil deve priorizar integração econômica regional
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Investimento em estrada é prioridade para Santa Catarina crescer ainda mais em 2011
 
PortoGente - A economia brasileira cresceu em 2010. Qual a razão desse desempenho?
Clemente Ganz Lúcio
– São vários fatores, mas o grande fenômeno é a geração de empregos. O crescimento econômico que gera um volume de empregos, com essa geração houve inclusão produtiva, redução do desemprego e aumento da massa de salários que vira consumo e um circuito positivo para a economia. Também a política de valorização do salário mínimo e os ganhos salariais nos acordos coletivos. Essa massa de rendimento expressiva amplia a participação do mercado interno no crescimento, levando o País a um crescimento econômico sustentável.

PortoGente – Em relação aos investimentos que impacto causam na economia nacional?
Clemente Ganz Lúcio
– O investimento produtivo em infraestrutura e na retomada dos setores industriais é uma dimensão responsável para sustentar o crescimento. A estratégia da Petrobras de fazer investimentos exigindo componentes nacionais para a indústria do petróleo e gás rebate no setor naval, que é um fornecedor importante. Essa decisão impacta a indústria naval brasileira a gerar milhares de postos de trabalho. O estado investe e mobiliza o setor privado a investir, construindo uma política industrial mais consistente.

PortoGente – Qual sua avaliação sobre as condições de infraestrutura no Brasil?
Clemente Ganz Lúcio
– A dificuldade está no escoamento da produção e a ausência de um plano intermodal que integre o transporte, priorizando o ferroviário para integrar com o naval e o rodoviário. As mudanças em curso são lentas, dadas a dimensões do País e não dão conta da demanda de commodities na pauta de exportação e do escoamento da produção para os centros urbanos. Para exportar, há a necessidade de estrutura nos portos. Na área de inovação é preciso investimento e tecnologia na dimensão competitiva do produto “made in Brazil”. Padrão tecnológico é infraestrutura de conhecimento. O Brasil triplicou o investimento em ciência e tecnologia, mas ainda está longe de fazer frente a envergadura que o país tem no mundo.


Fonte:http://www.portogente.com.br/

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