domingo, 26 de dezembro de 2010
Fiat cerca o mercado com fábrica em Pernambuco
Medida Provisória recriou os incentivos para desenvolver regiões Norte, Nordeste e Centro Oeste, mas há dúvidas sobre quem está ou não incluído, caso da Troller, no Ceará, das goianas MMC e Caoa, todas favorecidas pela legislação anterior, e demais interessadas. Regras dizem, novos projetos serão aceitos de quem já os tinha aprovados.
Do número restrito sobrou a Fiat, por haver adquirido, pela associada MagnetiMareli, a TCA, fábrica de instalações elétricas automotivas operando no prédio da antiga e pioneira fábrica de Jeep e Rural Willys-Overland em Jaboatão dos Guararapes, fímbria do Recife.
Ótimo pacote de impostos federais – redução de IPI em veículos novos, peças, importados, de imposto de importação, isenção de PIS Cofins, crédito-prêmio calculado, e mais incentivos estaduais, tudo até 2020.
Não parece entendimento manso e pacífico, instando algumas montadoras e importadoras a rascunhar projetos para, até dia 29, garantir lugar na fila do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, em busca de deferimento ou do direito de recurso.
Os menores custos de mão de obra e impostos podem ser definidores do futuro para quem consiga entrar – ou não. Quem estiver, terá margem de lucro substancialmente maior que os não incluídos.
Para liderar
A Fiat aproveita a oportunidade. Foi a Recife encontrar o presidente da República em seu périplo de despedidas, agradecer a coragem da renúncia fiscal calculada em R$ 4,2 bilhões e anunciar investir R$ 3 bilhões no complexo portuário de Suape, construir fábrica, cercada das instalações industriais dos fornecedores.
Quer repetir, com o mesmo gestor, seu presidente Cledorvino Belini, o exitoso projeto de betimização industrial – quando levou as indústrias de autopeças paulistas para Minas e reduziu o custo dos Fiat.
E o porto de Suape é, como se dizia na Escola de Sagres, do Infante Dom Henrique, no Portugal quinhentista, uma janela para o mundo. Suas condições logísticas superam as do entorno de Belo Horizonte, e no diáfano projeto divulgado pela Fiat, no rascunho das linhas gerais, um número é definidor: fazer 200 mil unidades/ano.
A magnitude – um milhão de pneus/ano, por exemplo - é atração aos fornecedores à área de 4,4M m2 – uns 90 alqueires goianos, ou 180 paulistas, medida de fazenda. Não anunciada, mas implícita nos atraentes números, implantará unidade da fábrica de motores FPT, justificada pelos custos de transporte Betim-Suape de 200 mil motores e câmbios por rodovia, ou rodovia e cabotagem.
Os investimentos cobrirão fábrica de modelos específicos ao crescente mercado, motores, transmissões, centro de pesquisa e desenvolvimento de novos produtos e plataformas, e núcleo de treinamento para os funcionários do novo empreendimento.
A Fiat é líder de mercado há quase década, quer aumentar a capacidade industrial de Betim, MG, de 800 mil para 950 mil unidades/ano; a de Cordoba, Argentina, para 200 mil unidades.
Criar Suape com idêntica disposição indica preparar-se para a expansão e manutenção do mercado doméstico, e ter capacidade de ampliar sua presença na América Latina, México, África do Sul. Na prática, a filial brasileira se torna mais importante que a matriz. Leia mais
Fonte: http://www.webmotors.com.br/
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