quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Prejuízo com o blecaute é de R$ 100 milhões

Pelos cálculos iniciais da Associação de Grandes Consumidores, a perda financeira das empresas do Nordeste com o apagão deve ser ainda maior

A Associação Brasileira dos Grandes Consumidores de Energia (Abrace) estima que o apagão da última sexta-feira trouxe um prejuízo de R$ 100 milhões para as empresas implantadas nos sete Estados do Nordeste que ficaram às escuras. “Essa é uma estimativa conservadora, porque os prejuízos não ocorreram apenas nas horas que faltou energia e esse número pode ser maior”, comentou o assessor da Abrace na área de energia elétrica, Fernando Umbria.
 
 Ele acrescentou que apenas um dia de paralisação no polo petroquímico de Camaçari, na Bahia, provoca um prejuízo de aproximadamente R$ 30 milhões.

Depois de uma interrupção brusca de energia, alguns processos produtivos nas indústrias podem levar até uma semana para serem restabelecidos, de acordo com Umbria. Ainda existem várias empresas restabelecendo essas linhas de produção em toda a região.

“Nos preocupam muito esses apagões, porque eles indicam a necessidade de melhorias no sistema e não sabemos o que isso vai representar para os consumidores.
 
Hoje, o receio é: será que esses investimentos são compatíveis com o preço da luz que estamos pagando ou será que vai aumentar muito a conta de luz”, comentou, se referindo ao fato de que o País passou por dois grandes apagões num intervalo de 15 meses. Em novembro de 2009, uma falha numa linha de transmissão de Furnas, no Sudeste do País, deixou 18 Estados sem energia, atingindo principalmente o Sul e o Sudeste.

“No setor industrial, a energia é considerada um insumo e a frequência desses apagões pode retirar competitividade da economia como um todo”, argumentou.

Mesmo quem não teve prejuízo financeiro com o apagão ficou com a sua rotina alterada. O Terminal de Contêineres do Porto de Suape (Tecon-Suape) teve toda a sua programação modificada devido à falta de energia, porque os equipamentos foram desprogramados. “Isso trouxe um transtorno logístico e só conseguimos normalizar as nossas operações depois de três dias”, afirmou o diretor comercial do Tecon-Suape, Rodrigo Aguiar.

A causa do apagão foi uma falha numa cartela eletrônica que fazia parte do sistema de proteção da subestação de Luiz Gonzaga, na pernambucana Jatobá, Sertão de Pernambuco. O problema desligou seis linhas de transmissão e também retirou do sistema a energia que estava sendo produzida em três hidrelétricas da Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf). Só o Piauí e o Maranhão não ficaram às escuras.

NOTA

Ontem, o Ministério de Minas e Energia (MME) divulgou uma nota informando que no momento do apagão o sistema Nordeste estava com uma linha de transmissão que liga São João do Piauí, no Estado de mesmo nome, a Milagres, no Ceará, desligada em caráter de urgência, porque estava sendo realizada uma manutenção que começou às 17h25 do dia 3 de fevereiro.

De acordo com o próprio ministério, o desligamento dessa linha durante o apagão “ agravou as condições operativas do sistema da região”.

Ainda na mesma nota, o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, recomendou à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) que realize uma fiscalização extraordinária nas principais subestações do Sistema Interligado Nacional (SIN), principalmente quanto à funcionalidade dos esquemas especiais de proteção. O apagão começou as 23h08m do dia 3 de fevereiro e o serviço só foi completamente restabelecido depois das 3h30m do último dia 4.

Fonte: http://www.jconline.com.br/

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