terça-feira, 26 de abril de 2011

Procura-se gestores com alta qualificação

 Com o crescimento de economias periféricas como a de Pernambuco, mercado pena com falta de profissionais; Cenários como a praia de Copacabana e a Confeitaria Glória, no Rio de Janeiro, deixaram de fazer parte do cotidiano e passaram apenas a ocupar a memória do administrador carioca Marcelo Freire, de 34 anos. 

Devido à dificuldade de corporações nacionais para selecionar novos gestores, ele acaba de trocar o clima carioca pelo sotaque pernambucano. “A gerente da filial da APSA no Recife estava se aposentando e foi decidido que eu assumiria a unidade”, conta ele, que há poucos dias passou a integrar o staff da empresa de gestão condominial na cidade. Histórias como essas estão cada vez mais comuns no novo universo corporativo brasileiro.

De acordo com uma pesquisa do Instituto CRF, de São Paulo, 27% das empresas nacionais afirmam enfrentar dificuldades para preencher vagas no alto escalão, em cargos como diretoria ou presidência. O estudo ainda revela que, enquanto 17% empresas europeias sentem dificuldades em contratar profissionais no nível gerencial, 44% das brasileiras têm esta deficiência.

“Além da dificuldade na formação, como a ausência de língua estrangeira no currículo, o profissional recém-formado nas universidades brasileiras não tem a experiência gerencial que as empresas necessitam”, destaca Emília Lene, porta-voz da CRF e uma das responsáveis pela pesquisa que entrevistou mais de 150 companhias espalhadas por todo o país.

Segundo ela, o mercado de trabalho nos setores de economia e administração de empresas, além da área de TI, está passando por uma forte mudança de perspectiva. Há alguns anos, o tradicional eixo Rio-São Paulo era uma forte referência para estes profissionais.

Porém, com o aquecimento de economias “periféricas”, como a de Pernambuco, a palavra em voga no mercado é ascensão. “A porta de entrada deste novo gestor é quem melhor lhe valoriza. Ou seja, a empresa que fideliza este profissional é quem ganha”, diz Emília Lene.

Em Pernambuco, com o crescimento do PIB acima da média nacional, boa parte das empresas sofrem para manter e contratar novos gestores. Este é o caso do Grupo Provider, que possui mais 9 mil funcionários em todo país, além de uma unidade no Chile com 400 colaboradores.

 De acordo com o presidente do conselho de administração da empresa, João Luiz Perez, a diretoria já conta com a presença de dois gestores provenientes de São Paulo. “Hoje, disputamos com outras companhias. Para se ter uma ideia, já anunciamos em cadernos de empregos em Minas Gerais e São Paulo”, comenta.

E com a concorrência acirrada na hora de contratar líderes, as empresas também adequam o orçamento para suprir possíveis reajustes de salário na folha de pagamento dos seus funcionários.

O diretor-presidente da Provider, Moises Assayag, revela que, nos últimos dois anos, os vencimentos dos profissionais de alta gerência tiveram um aumento médio de 12%. “São funções em que o salário oscila entre R$ 12 a R$ 15 mil. Não é fácil lidar com esta carência”, confessa.

Fonte: http://escadaedesenvolvimento.wordpress.com

Nenhum comentário:

Postar um comentário