segunda-feira, 18 de abril de 2011

"Sistema portuário negligencia segmento ro-ro"

Diretor da Deicmar defende participação do setor na economia brasileira.





"O sistema portuário brasileiro está negligenciando o setor roll-on roll-off", dispara o diretor da Deicmar, Gerson Foratto. Segundo o executivo, os CAPs (Conselhos de Autoridade Portuária) do País encaram o segmento automotivo como um mero complemento para o setor conteinerizado. "A Lei dos Portos preza um tratamento análogo entre sistema de contêiner e o ro-ro. Se é análogo, tem que ser dada a mesma atenção, mas isso não acontece", aponta Foratto.

O executivo diz que a administração brasileira capitaliza a questão portuária no que concede a contêineres. "Tem que ser feito um planejamento objetivo do porto pensando nas necessidades de quem importa, exporta e opera nos complexos. Esse é o ponto central e não vejo nenhum sinal de que haverá uma mudança significativa para dinamizar as operações portuárias de carga rolante", opina.

A Deicmar é um dos principais terminais de movimentação de cargas rolantes no Porto de Santos. Segundo o executivo, em 2010 o complexo portuário santista bateu recorde de movimentações no setor, escoando 345 mil automóveis, sendo que 60% desse total foi operado pela Deicmar. "Recuperamos todo o mercado da crise de 2009, principalmente no segmento roll-on roll-off. Houve uma queda em 2009 por conta dos volumes de exportação, em 2010 houve uma reação nos mercados que o Brasil atua e isso praticamente recuperou as exportações e o atual momento é significativo para as importações de veículos".



Foratto prevê que a movimentação de automóveis em 2011 deve continuar em alta, conservando o mesmo patamar que o exercício anterior. "Já que o PIB continua crescendo, então prevemos um ano tão forte tanto quanto o passado. Os próprios dados da Anfavea [Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores] mostram que o primeiro trimestre foi um dos melhores períodos dos últimos anos. Isso mostra a importância do setor automotivo para a economia", pontua o executivo.

Com isso, Foratto acredita que em pouco tempo o Porto de Santos apresentará gargalos de infraestrutura portuária ainda maiores do que atualmente. "Temos uma situação de completa precariedade na infraestrutura do Porto de Santos. Existem medidas que vem sendo tomadas pela Autoridade Portuária como a construção da avenida perimetral e a dragagem, que são questões relevantes, porém insuficientes. A iniciativa privada está muito acima do que é planejado e feito pela autoridade portuária e SEP (Secretaria de Portos)", opina.

Expansão

Considerando a ineficiêcia do setor, a Deicmar está tentando fazer a sua parte para abarcar a demanda futura, com um projeto orçado em R$ 170 milhões, parte do plano de investimentos que a companhia traçou para os próximos dez anos. A obra consiste na ampliação do terminal, construindo dois berços de atracação e expansão da área de armazenagem. Atualmente, o projeto está aguardando o licenciamento ambiental. "Acredito que com a autorização da Codesp e Antaq para executá-lo, as obras vão contribuir para minimizar o problema que o ro-ro enfrenta hoje no Porto de Santos, que está operando no limite", conclui.

Fonte  :http://www.guiamaritimo.com.br/nota.php?id=4837&gmn=1

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