sexta-feira, 13 de maio de 2011

Brasil restringe entrada de carros da Argentina



Depois de várias tentativas de acordo, o governo brasileiro decidiu retaliar a Argentina, como reação à retenção de mercadorias brasileiras nas alfândegas do país vizinho. Desde terça-feira, autopeças e carros prontos estão sujeitos a licenciamento não automático para entrar no Brasil.

A barreira foi colocada para atingir a Argentina, mas, como tem formato de salvaguarda, vale para todos os países que vendem ao Brasil - caso contrário, pode ser considerada discriminatória pelas leis internacionais. A medida impõe custos aos importadores e torna menos atraente a compra no exterior.

Como foi tirada a licença automática, o desembaraço das mercadorias, que era imediato ao chegar aos portos, pode durar até 60 dias. A medida ataca 39% das exportações argentinas para o mercado brasileiro.

Como efeito colateral, o Brasil poderá frear as crescentes importações de carros, inclusive da China. "A Argentina vive um período pré-eleitoral, e a leitura que se faz é que o governo passou a barrar os produtos brasileiros para tentar atenuar a fragilidade econômica da indústria local. Com essa medida, o governo Dilma dá um sinal de mudança de tom", afirmou outro executivo do setor.

O ministro do Mdic, Fernando Pimentel, disse que as medidas adotadas pelo governo brasileiro em contrapartida às barreiras criadas pelo governo argentino aos produtos brasileiros não podem ser interpretadas como retaliação.

Estão usando o termo errado. Retaliação é coisa complicada de fazer, por enquanto estamos só monitorando. As medidas adotadas nas alfândegas foram tomadas contra outros países além da Argentina, como o México e a Coreia.

Brasil e Argentina vivem seu pior momento, após anos de trégua. Na semana passada, com as queixas crescentes dos empresários nacionais, o governo brasileiro decidiu responder na mesma moeda as medidas unilaterais do país vizinho, principal parceiro de Mercosul.

 A imposição de dificuldades para o ingresso e a comercialização de produtos argentinos no mercado brasileiro era a primeira retaliação da lista e se concretizou com a aplicação da salvaguarda contra automóveis. Mas constam ainda no cardápio a suspensão de negociações sobre investimentos brasileiros no país vizinho e até recurso à Organização Mundial do Comércio (OMC).

Fonte: http://diariodepernambuco.com.br/economia/nota.asp?materia=20110512174900

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