sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Crise nos portos



A “onda” da crise mundial atual chegará aos portos do Brasil em 90 dias. O prazo, quem dá, é o portuário Luiz Fernando Barbosa Santos, membro do Conselho de Autoridade Portuária do Espírito Santo. O segmento de commodities deverá ser o mais afetado no Brasil e no Espírito Santo.

Balanço geral

Ele explica que as crises chegam, geralmente, em 90 dias depois do fato porque esse é o tempo que leva para a cadeia logística do comércio exterior ser aplicada, da carga para embarque, porto, navio, etc. “Nos próximos 90 dias as autoridades vão monitorar tudo, como o fechamento de câmbio dos contratos”.

Barquinho de papel

Em entrevista a jornalista Andrea Margon, o portuário capixaba está preocupado com a calmaria nos portos brasileiros. “É hora de investir”, defende, acrescentando que o setor precisa se preparar para o pós-crise, e isso não está acontecendo.

Prato alheio

Barbosa Santos destaca que o Porto de Vitória teve aumento de movimentação de algumas cargas, como os automóveis, pela escolha das montadoras. A francesa Renault, por exemplo, que importava pelo Porto de Paranaguá, no Paraná, agora uso o Porto de Vitória. Pesam para essa decisão: incentivo fiscal e a proximidade com o Centro-Oeste e Nordeste do País, rotas cobiçadas pela empresa francesa.

Nem aí
Até o momento o ministro Leônidas Cristino, da Secretaria de Portos da Presidência da República, não apresentou qualquer informação sobre o contrato “quadrado” realizado entre a Autoridade Portuária do Porto de Santos e a empresa ABB Lummus Global.
Quem não fala, ouve
Enquanto Brasília se mantém muda, o Brasil não quer calar. Fábio Mello Fontes, por exemplo, estranha que a Codesp (Companhia Docas do Estado de São Paulo) tenha feito uma quitação “de afogadilho” sem esperar a decisão judicial regular. Para ele, nessa história tem jabá.
Lisoform

Quem também não entendeu nada nesse contrato foi o engenheiro Hermes Vargas dos Santos, lá das terras dos Pampas. Para ele, fazer quitação de dívida sem aguardar o desfecho da ação judicial é uma história muito mal contatada. Vargas, um apaixonado pelo sistema hidroviário, diz que é “hora da faxina...”.
Agora vai

Os portuários de Angra dos Reis (Rio de Janeiro) estão animados com o curso de guindaste móvel que começou nesta semana, com duas turmas de 18 trabalhadores cada uma. O portuário Felipe Nogueira diz que é uma nova era do terminal angrense.
...enquanto isso

Os trabalhadores do maior porto do Hemisfério Sul ainda aguardam os cursos de qualificação profissional prometidos há mais de três anos, pelo menos, com a criação do Centro de Excelência Portuária de Santos (Cenep).
Ou dá ou desce

O secretário de Infraestrutura do Rio Grande do Sul, Beto Albuquerque, faz vistoria nas obras da ERS-118 nesta sexta-feira (12), que tem recursos, afirma. E avisa: “Empresa troteia ou sai da estrada”.
Quem explica

Já na Superintendência de Portos e Hidrovias do Rio Grande do Sul a coisa está devagar quase. O engenheiro Hermes Vargas afirma que a SPH nunca dragou na Lagoa dos Patos, o que corresponde 63% da demanda da dragagem. E contabiliza: “tinha quatro dragas novas, mas terceirizou a dragagem”.
Uma draga para chamar de sua

Hermes Vargas não consegue equacionar o seguinte problema: “aqui [Rio Grande do Sul] não cuidam das dragas que têm, não dragam nada e querem comprar mais duas dragas. Gostaria de saber a justificativa para tal bravata...”
Faltam acordos

Mauro Lourenço Dias, professor de pós-graduação em Transportes e Logística no Departamento de Engenharia Civil da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), faz um destaque importante de que o comércio internacional praticado pelo Brasil cresceu muito nos últimos 15 anos, mas que o comércio mundial cresceu também de maneira vertiginosa, fazendo com que o Brasil continue a participar de apenas 1% das compras e vendas globais.

Nenhum comentário:

Postar um comentário