quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Portos brasileiros dobrarão capacidade para contêineres




Para tentar acompanhar o comércio exterior, que quase quadruplicou em oito anos, segmento tem planos para reduzir burocracia.
TEXTO ARISTEU MOREIRA
“A falsa discussão instalada no país de que os portos públicos estão saturados e travam o crescimento da economia está sendo enterrada pela realidade”, garante José Augusto Valente, ex-secretário de política de Transporte do Ministério dos Transportes e atual diretor-executivo da Agência T1 - Consultoria em Logística e Transportes.
Desde 2003, lembra o especialista, fala se em apagões logístico e portuário que nunca se confirmaram. Pelo contrário, os portos dobrarão sua capacidade para contêineres nos próximos quatro anos.
A iniciativa é mais do que necessária, porque o comércio exterior quase quadruplicou em oito anos, passando de US$ 100 bilhões em 2002 para US$ 355 bilhões em 2010. A quantidade de contêineres mais que dobrou - de 2 milhões, em 2002, para 4,5 milhões em 2010, ano em que o Brasil teve o melhor desempenho no comércio exterior entre todos os países, incluindo a China.
No ano passado, por exemplo, em comparação com 2009, as exportações cresceram 38%, e as importações 34%. A China, para ficar em um exemplo, teve crescimento de 25% e 30%, respectivamente.




Esses números demonstram que a logística portuária tem dado suporte ao crescimento da economia e do comércio exterior, ainda que sejam desejáveis melhores indicadores em produtividade e qualidade do serviço.
Essas melhorias, bem como o ritmo acelerado de crescimento da economia e do comércio exterior, exigem obras e o aumento da produtividade nos portos públicos, especialmente no tocante às cargas em contêineres.
A criação da Secretaria Especial de Portos (SEP), seguida da implantação do Plano Nacional de Dragagem, que aumentou os calados dos portos de 12 metros para 15 metros, em média foram importantes iniciativas para viabilizar esses objetivos.
Além disso, há outros obstáculos a transpor no sistema portuário brasileiro. Os navios anteriores precisavam de berços de atracação de 250 metros. Nos próximos anos, para atender a supernavios, são necessários pontos de 400 metros, além de maiores guindastes e portêineres.



Para vencer esse desafio, a SEP e a Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) desenvolvem medidas para permitir aos atuais mais de 100 operadores privados dos portos públicos investir, diretamente, alguns bilhões em obras e aquisição de equipamentos.
Assim, além de obras, há outros investimentos que não têm a ver com a Copa em andamento nos principais portos. No do Rio, a expansão permitirá o surgimento do maior cais contínuo para contêineres da América do Sul, com cerca de 2mil metros de extensão e capacidade de movimentar 2milhões de TEUs (unidade equivalente a um contêiner de 20 metros), contra os 500 mil que tem hoje. No Rio, os operadores privados investirão cerca de R$ 1,2 bilhão, em obras e equipamentos, até 2014.
Em Santos, várias iniciativas estão em andamento e os investimentos em curso mais que dobrarão a sua capacidade atual de movimentação de contêineres. No Paraná, o terminal de contêineres de Paranaguá atingirá capacidade de 1,5 milhão de TEU/ano, contra os 700 mil TEUs atuais.
Em Salvador, terminal idêntico terá capacidade para movimentar 530 mil TEU/ano, a partir de março de 2012, contra os 250 mil de 2010.
Além dessas, muitas medidas de ordem burocrática, contribuirão para o aumento da capacidade de movimentação de contêineres nos portos público.
Uma delas é a integração dos diferentes órgãos do governo responsáveis pelo controle dos navios recebidos pelos portos. O projeto, realizado pelo Serpro, envolve a montagem de um painel de controle único com os sistemas da Receita e Polícia federais, Marinha Mercante e Ministério da Agricultura, dentre outros, agilizando o processo de liberação.
Iniciado em Santos, o projeto será estendido a todos os portos públicos.
Também está em implantação o projeto Porto Sem Papel, que permitirá tramitação mais rápida das cargas, reduzindo custos e viabilizando maior competitividade aos produtos brasileiros, e o Plano Nacional de Logística Portuária, cuja elaboração estará concluída até o final do ano, e que permitirá ao governo e à iniciativa privada propor a implantação de novos portos públicos.
Há outros obstáculos a transpor no sistema portuário brasileiro. Os navios anteriores precisavam de berços de atracação de 250 metros. Nos próximos anos, para atender supernavios, são necessários pontos de 400 metros, além de maiores guindastes e portêineres.
Fonte: http://www.itamaraty.gov.br

Nenhum comentário:

Postar um comentário