O Estaleiro Atlântico Sul (EAS) entregou ontem à Petrobras o casco da plataforma P-55. O chamado lower hull pesa 25 mil toneladas, tem 44 metros de altura e uma base de 94 por 94 metros. De Suape, o casco será rebocado até o Estaleiro Rio Grande (RS), operação que deverá ser concluída em duas semanas. No estaleiro gaúcho, as duas estruturas, inferior e superior (deck box) serão integradas.
O casco da P-55 é considerada a maior estrutura do tipo semisubmersível (FPU) já construída no Brasil. Todas as etapas de construção foram executadas no EAS, de acordo com as especificações da indústria offshore e da Bureau Veritas, responsável pela certificação do projeto. Segundo o EAS, tanto a construção quanto o tempo de traslado até o Rio Grande estão dentro do cronograma acertado com a Petrobras.
“Sem dúvida, a produção desse casco agregou valor à região. Criamos uma nova fronteira para a indústria offshore do país. É uma grande oportunidade para a economia local e que terá impacto no círculo virtuoso de desenvolvimento industrial pelo qual Pernambuco vem passando”, afirmou o presidente do EAS, Agostinho Serafim Júnior, através de nota.
Agostinho reconhece que a obra enfrentou problemas como instalações inacabadas e escassez de mão de obra. “A obra teve de avançar à medida em que a mão de obra era treinada ou selecionada. Isso impactou no cronograma inicial. Porém, ganhou velocidade e evoluiu dentro do previsto”, garante.
Antes de ser entregue à Petrobras, o casco da P-55 foi submetido a testes para avaliação da operação do sistema de lastro, responsável por fazer a plataforma submergir e emergir. Foram realizados ainda os testes estrutural dos tanques e hidrostático das tubulações. No Estaleiro Rio Grande, o casco passará pelos testes de inclinação, supervisionados por técnicos do EAS.
Quando pronta, a P-55 será instalada no Campo de Roncador, na Bacia de Campos (RJ), a uma distância de 130 quilômetros da costa e sobre uma lâmina d’água de 1.795 metros. Terá capacidade para produzir 180 mil barris diários de petróleo leve, com pico previsto para 2013.
Além da P-55, o EAS possui em carteira 22 navios encomendados pela Transpetro. O primeiro, o João Cândido, apresentou problemas e ainda passa por ajustes no dique. A previsão inicial era a de que a embarcação fosse entregue em agosto de 2010, data postergada para setembro de 2010, março de 2011, outubro de 2011 e, por último, dezembro de 2011.
Agora, o estaleiro diz apenas que o João Cândido será entregue “no início de 2012”, sem especificar um mês. Também foram encomendados ao EAS sete navios-sonda da Sete BR (que serão arrendados à Petrobras) e serviços navais na P-62. As encomendas somam US$ 8,1 bilhões (cerca de R$ 15 bilhões).
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