“O empresário
Benjamin Steinbruch deverá ser chamado ao Palácio do Planalto, nas próximas
semanas, para nova conversa sobre o andamento das obras na ferrovia
Transnordestina. A presidenta Dilma Rousseff quer ritmo mais forte nas obras
para [assegurar] a conclusão em 2014”, afirma o ministro dos Transportes, Paulo
Sérgio Passos.
De acordo com o
ministério, só 874 quilômetros dos 1.728 quilômetros do empreendimento estão
sendo realmente executados pela “Transnordestina Logística”, empresa que é
controlada pela “Companhia Siderúrgica Nacional” (CSN). Passos diz que o
governo reconhece o avanço das obras desde a contratação da Odebrecht, no fim
de 2009. Ele lembra que mais de 10 mil pessoas estão trabalhando nos canteiros,
há mais de 100 mil toneladas de trilhos já armazenadas em Salgueiro (PE) para
instalação na ferrovia e uma fábrica local tem capacidade para produzir 4.800
dormentes por dia. No trecho entre Salgueiro e Missão Velha (CE), de 96
quilômetros, 98% dos trabalhos estão prontos e a previsão é concluir as obras
em até 90 dias.
A avaliação do
governo, no entanto, não é totalmente satisfatória. Outro trecho cearense,
entre Missão Velha e Aurora, já teve seus trabalhos iniciados. Mas são apenas
50 quilômetros. “Isso é muito pouco. O que nós desejamos são maiores extensões
atacadas (por obras) e ritmo mais forte”, observa o ministro.
Para transmitir
essa mensagem pessoalmente a Steinbruch, que é principal acionista da CSN,
Dilma e os ministros envolvidos com o assunto conversarão “proximamente” com
ele “para tratar do encaminhamento da obra e para que não se frustre a
expectativa nossa quanto à sua conclusão”. Na visita que fez ao Nordeste, no
início de fevereiro, Dilma percorreu trechos das obras da transposição do rio
São Francisco e da Transnordestina. No entanto, abortou parte da viagem que
tinha como objetivo inspecionar o andamento da ferrovia. Na ocasião, Steinbruch
“não pôde estar presente porque estava fora do país”, segundo o ministro
Passos.
Para ele, há
três áreas em que pode haver avanços mais rápidos. O trecho entre Trindade (PE)
e Eliseu Martins (PI) ainda tem 167 quilômetros sem trabalhos, devido a
pendências nos processos de desapropriação, a cargo do governo piauiense. Nos
outros dois trechos, a aceleração das obras “depende de a Transnordestina
Logística contratar”, afirma o ministro.
O primeiro em
que há cobrança do governo à empresa é entre Aurora e Pecém, no Ceará, com 477
quilômetros. Avalia-se que as desapropriações estão andando e é hora de iniciar
as obras. O segundo envolve a chegada ao porto de Suape, em Pernambuco, com
quatro lotes. Eles exigem a realocação de 600 famílias, na região metropolitana
de Recife, e uma mudança do traçado original, que passaria pela barragem de
Serro Azul. “A empresa prometeu atacar dois lotes”, diz Passos.
O orçamento para
a Transnordestina, cotado a R$ 4,5 bilhões em 2004, aumentou para R$ 5,4
bilhões em 2008. No fim do ano passado, subiu para R$ 6,8 bilhões. Há forte
participação estatal no financiamento, com recursos do Fundo de Desenvolvimento
do Nordeste (FDNE), do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social
(BNDES) e do Banco do Nordeste. Também há recursos do FINOR e da VALEC.
Inicialmente, a previsão do governo era concluir a ferrovia em 2010.”
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