sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Gargalos nos trilhos da ferrovia

Em reunião a portas fechadas, Dilma viu detalhes da execução da obra e cobrou o cumprimento de prazos



Salgueiro – Se em Parnamirim a presidente Dilma Roussef deixou claro aos jornalistas que o tom da visita às obras da ferrovia Transnordestina era de acompanhamento e de cobrança de prazos, na reunião realizada em Salgueiro, no fim da manhã de ontem, o clima não foi diferente. Dilma teria deixado claro que a obra é importante para a região Nordeste, quis ver um detalhamento da execução do projeto, cobrando o cumprimento dos prazos, e deixado claro que o governo não revisará pra cima os custos da obra.

O encontro aconteceu a portas fechadas com a presença dos governadores de Pernambuco, Eduardo Campos; do Ceará, Cid Gomes; e do Piauí, Wilson Martins; com a direção da Odebrecht Infraestrutura e da Transnordestina Logística S.A (parceiras na execução do projeto) e contou com os ministros dos Transportes, Paulo Sérgio Passos; a ministra interina do Planejamento, Eva Schiavon; o ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra Coelho, e com o secretário do PAC, Maurício Muniz.

“Ela (Dilma) quis ver com detalhes esse aspecto físico de infraestrutura, de pontes, viadutos, e principalmente quais são os gargalos – seja da Transnordestina, seja dos governos federal e estadual, para dirimir definitivamente esses gargalos”, explicou Tuffi Daher Filho, presidente da Transnordestina Logística S.A., ao final da reunião que começou por volta das 11h30, teve um intervalo para almoço às 13h, e foi encerrada numa etapa posterior, às 15h30 – quando Dilma seguiu viagem de volta a Brasília.

Apesar de negar publicamente, o consórcio que executa a obra da ferrovia tem a expectativa de revisar junto ao governo federal os valores finais do projeto, orçado em R$ 5,42 bilhões – dos quais R$ 1,3 bilhão são da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), controladora da Transnordestina Logística, e R$ 164,6 milhões são da União, também acionista.

O restante é oriundo de financiamentos públicos (Finor, FNE, BNDES e FDNE). Tuffi Daher Filho negou que essa revisão de valores tenha entrado na pauta da reunião com a presidente Dilma Roussef ontem.

Segundo o próprio Daher, na última visita que fez a Pernambuco para tratar da reconstrução do trecho complementar entre o Cabo de Santo Agostinho (PE) e Porto Real do Colégio (AL), destruído pelas chuvas de 2010, do total previsto para executar a obra, R$ 3 bilhões já teriam sido gastos.

Sobre os atrasos, o presidente da Transnordestina Logística S.A. citou como principais causas as dificuldades nas desapropriações, realizadas pelos governos estaduais, e burocracia envolvendo licenças ambientais.



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