terça-feira, 13 de março de 2012

Custo da logística brasileira


 
Um artigo do jornal O Estado de S. Paulo, de 20 de fevereiro último, mostra o resultado de pesquisa da Fiesp com 1.211 empresas sobre os custos logísticos. O resultado foi uma despesa de R$ 17 bilhões por ano, por conta das péssimas estradas, da burocracia nos portos, pela falta de capacidade das ferrovias e gastos com armazenagem.

Este é um dinheiro que se joga no lixo anualmente. Como comparação: em 17 anos teríamos jogado a quantia igual ao socorro dado a Grécia para salvar todo este país.

Uma outra análise interessante é quando se compara o percentual do custo logístico brasileiro com países da OCDE. Vemos que há um gasto em torno de 8% a mais que nossos concorrentes internacionais. Ora, 8% é uma margem de lucro de uma empresa bem administrada quer na Europa, quer nos Estados Unidos. Ou seja, as empresas brasileiras jogam um lucro inteiro no lixo, depois precisam sair correndo atrás de empréstimos bancários para sustentar a operação, ou não dispõe de recursos para investimentos em melhoria de processos ou em novos desenvolvimentos ou, ainda, em última instância, pagam mal seus funcionários por absoluta falta de recursos.

Mas quem pensa que a despesa total é de 17 bilhões de reais está enganado. É muito mais que isso.

O transporte rodoviário é responsável por mais de 90% dos fretes internos no Brasil. Assim, em função da péssima qualidade de nossas rodovias temos os seguintes custos adicionais:

- embalagens que precisam ser reforçadas para evitar danos a produtos mais sensíveis, como vidro. Um produto que pode ter embalagem de papelão de onda simples na Europa, requer onda dupla por aqui, para que chegue sem danos ao destino.

- animais podem chegar com sua saúde prejudicada ou mesmo mortos pelo tempo gasto na viagem

- produtos agrícolas chegam batidos ou danificados após tanto pulo por conta dos buracos .

Isto sem contar os problemas conhecidos de assaltos e roubos nas estradas, facilitados pela baixa velocidade de deslocamento de um caminhão. E ainda temos os motoristas sonolentos, causando acidentes, porque demoram o dobro do tempo de viagem que se poderia esperar caso as estradas fossem boas.

Junte tudo isso e você verá que desperdiçamos muito mais que isso, e por isso nossa competitividade vai para o buraco.

 

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