PORTO DO RECIFE
Obra era esperada desde o início
dos anos 90 e agora foi concluída. Terminal passa a ter 12 metros de
profundidade .
Esperada desde o início dos anos
90, finalmente foi totalmente concluída a dragagem do Porto do Recife, o que
representa o primeiro passo para a estatal voltar a movimentar mais carga. A
profundidade média da área de atracação do cais ficou em 12 metros. Antes da
dragagem, variava de 7 a 9 metros, diz o diretor comercial e de operações da estatal,
Sidnei Aires. Na última terça-feira, o Porto encaminhou o resultado da
batimetria final documento que atesta o resultado da dragagem para a
Capitania dos Portos. Essas informações serão analisadas pela Diretoria de
Hidrografia e Navegação (DHN) da Marinha do Brasil, que emite uma carta
náutica, indicando, oficialmente, a profundidade da área de atracação do cais.
A expectativa é
que a validação da Marinha ocorra no prazo de 60 a 90 dias, comenta Aires,
acrescentando que a estatal está entrando em contato com os armadores para que
mais navios façam escala no Porto no segundo semestre. A dragagem custou R$ 21
milhões, pagos pelo Estado.
É bom esperar a
batimetria. No entanto, só a conclusão da dragagem já traz a expectativa de
movimentar mais 20% em fertilizantes e a retomada da movimentação do coque de
petróleo no Porto do Recife, além de aumentar a cabotagem, afirma o presidente
do Sindicato das Agência Marítimas de Pernambuco, Ricardo Luiz Von Sohsten.
Cabotagem é a navegação entre os portos brasileiros.
Outro operador
que está muito animado com a conclusão da dragagem é o gerente regional da
Rodrimar, Fábio Saboya. A empresa está trazendo outro guindaste do Porto de
Santos para operar no Recife e investiu cerca de R$ 20 milhões para operar contêineres
na estatal recifense, o que ocorreu em outubro do ano passado.
Segundo Saboya,
o Recife será incluído na rota dos grandes armadores. E aí as cargas serão
divididas pelo mapa rodoviário. As empresas que têm armazéns próximos ao Recife
vão preferir que a carga desembarque na capital. E as que tiverem as centrais
de armazenamento no Sul, vão para Suape, diz. Ele argumenta que hoje a grande
rota de navios no Nordeste é Pecém (no Ceará), Suape e Salvador (Bahia).
A limitação da
profundidade da área de atracação do cais fez o Porto do Recife perder cargas.
Mas a dragagem da estatal se transformou numa verdadeira novela. A última
tentativa foi realizada em 2009, mas faltou retirar uma pedra no canal de
acesso à área de atracação, o que não estava contemplado na contratação do
serviço. Na dragagem anterior, passaram um ano para fazer a batimetria e aí
quando saiu o resultado (da batimetria) a área de atracação já estava
assoreada, lembra Ricardo.
O Porto do
Recife precisa de dragagem constantemente devido à sua posição geográfica: ele
recebe a lama e detritos dos Rios Capibaribe e Beberibe, o que contribui para o
assoreamento na área de atracação do cais. Até o começo dos anos 90, o Porto
tinha uma draga chamada Brasília que fazia o serviço constantemente, recorda
Ricardo.
Turbinar o Porto do Recife
De maneira
discreta, até para não criar dúvidas sobre o potencial e a prioridade que
confere a Suape, Pernambuco iniciou o reequipamento do tradicional Porto do
Recife de forma a que, enquanto Suape não passa a operar uma maior quantidade
de cais múltiplos, o Estado não perca cargas gerais e específicas para seus
vizinhos na Paraíba e Alagoas.
Ao serviço de
derrocagem que lhe deu 12 metros de calado, seguirá a definição de um ambicioso
projeto de requalificação do velho terminal, separando claramente o que ficará
como área portuária de lazer (da estação de passageiros aos armazéns do Cais de
Santa Rita, onde será construído um hotel com shopping e centro de convenções)
da área operacional onde estará o cais com 12 metros de profundidade.
Isso não quer
dizer que governo não estimule a construção de um terceiro porto ao Norte, que
atenderia ao polo que está sendo projetado para a região e que já conta com
empresas que vão demandar serviços de porto. Mas é que tanto Suape quanto esse
futuro terminal do Norte levarão anos para operar o que o Porto do Recife,
reequipado, deve atender competitivamente.
Fonte: Jornal do Commercio – Economia
24/05/2012
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