domingo, 13 de maio de 2012

Transposição do São Francisco e Transnordestina dão o traçado para o futuro da região


Da redação do DIARIODEPERNAMBUCO.COM.BR \

O objetivo: a assegurar o fornecimento de água a cerca de 12 milhões de habitantes de 390 municípios do Agreste e do Sertão dos estados de Pernambuco, Ceará, Paraíba e Rio Grande do Norte, considerados os mais vulneráveis à seca, e assegurar o desenvolvimento sócio-econômico da região. Se a meta já impressiona, o projeto assume uma magnitude comparável a poucas obras de infraestrutura no Brasil. 
A transposição do rio São Francisco, cuja função é integrá-lo às bacias dos rios temporários do Semi-árido, pretende criar uma nova rede de distribuição da água do Velho Chico, interligando-o aos grandes açudes do Nordeste Setentrional.
O projeto é orientado em duas frentes: os chamados Eixo Norte e Eixo Leste. Em Pernambuco, os Eixos Norte e Leste, ao atravessarem o seu território, servirão de fonte para adutoras já existentes ou em projeto, responsáveis pelo abastecimento de populações do Sertão e do Agreste: Adutora do Oeste, Adutora do Pajeú, Adutora Frei Damião e Adutora de Salgueiro.
Rio da integração nacional, o São Francisco, descoberto em 1502, foi assim batizado por ter sido a ligação inicial do Sudeste e do Centro-Oeste com o Nordeste. Desde as suas nascentes, na Serra da Canastra, em Minas Gerais, até sua foz, na divisa de Sergipe e Alagoas, ele percorre 2.700 km. 
Ao longo desse percurso, que banha cinco estados, o rio se divide em quatro trechos: o Alto São Francisco, que vai de suas cabeceiras até Pirapora, em Minas Gerais; o Médio, de Pirapora, onde começa o trecho navegável, até Remanso, na Bahia; o Submédio, de Remanso até Paulo Afonso, também na Bahia; e o Baixo, de Paulo Afonso até a foz.

Atualmente, 95% do volume médio liberado pela barragem de Sobradinho no rio – 1.850 metros cúbicos por segundo – são despejados no oceano e somente 5% são consumidos ao longo do seu curso. 
Nos anos chuvosos, a vazão de Sobradinho chega a ultrapassar 15 mil metros cúbicos por segundo, e todo esse excedente também vai para o mar. Com a integração do Rio São Francisco às bacias hidrográficas do Nordeste Setentrional, o Governo Federal espera, além de estruturar o abastecimento na região, fomentar atividades econômicas, especialmente a irrigação no Vale do São Francisco – grande produtora de frutas para exportação e geradora de emprego e renda – cuja área irrigada pode ser expandida para até 800 mil hectares.
O Projeto de Integração do Rio São Francisco com as Bacias Hidrográficas do Nordeste Setentrional é considerada pelo governo como a mais importante ação estruturante da política nacional de recursos hídricos.
Do Sertão até o mar
De um lado, uma intensa produção agrícola e mineral. Do outro, a mais de mil quilômetros de distância, dois grandes portos profundos capazes de escoar milhões de toneladas de matérias primas e gêneros alimentícios para exportação. No meio deles, uma ferrovia que nasceu com o intuito de dar início a um longo ciclo de desenvolvimento para o Nordeste. 

Essa é a função da Transnordestina, cujo percurso vai ligar o município de Eliseu Martins (PI) aos portos de Pecém (CE) e Suape (PE), chegando até Porto Real do Colégio (AL), onde se interligará à Ferrovia Centro-Atlântica. No percurso, de 1.728 quilômetros, estão várias cidades e polos produtores, especialmente de soja, milho, algodão, frutas, biocombustível, minério de ferro e gipsita.
As projeções da ferrovia apontam para o transporte de cerca de 27 milhões de toneladas em 2020. A construção foi iniciada em 6 de junho de 2006 e sua conclusão do primeiro trecho prevista para este ano.
As obras, orçadas em R$ 5,4 bilhões, já têm 98% das desapropriações concluídas e 65% das obras de arte e infraestrutura (pontes, túneis, viadutos, aquedutos) finalizadas, segundo a Transnordestina Logística, responsável pela sua construção. No trecho entre Eliseu Martins e Suape, mais de 40% da obra já está executada.
Até janeiro, foram executados R$ 3 bilhões do total de recursos estimados. O dinheiro é oriundo de várias fontes de financiamento, incluindo FNDE, Finor, BNDES, BNB, Valec e recursos próprios da Companhia Ferroviária do Nordeste (CFN).
Fontes: Balanço de 2 anos do PAC, Ministério da Integração Nacional e Transnordestina Logística S.A.



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