sexta-feira, 15 de junho de 2012

M&G comprará da Petroquímica


Empresas fecharam acordo e a PetroquímicaSuape vai fornecer PTA para o grupo italiano Mossi & Ghisolfi.


A PetroquímicaSuape (empresa da Petrobras) vai fornecer matéria-prima para o grupo italiano Mossi & Ghisolfi (M&G), no Complexo de Suape. Hoje, os italianos importam principalmente do México o insumo para a produção de resinas PET. 
A negociação significa que as duas empresas decidiram acenar com bandeira branca e colocar um ponto final numa briga que se arrasta desde 2005. Em agosto, a Petroquímica vai iniciar a produção de PTA (matéria-prima do PET) e deverá começar a vender para a M&G.
As relações entre a Petrobras e a M&G azedaram quando os italianos decidiram construir sozinhos a maior fábrica de resinas PET do mundo, em Suape. A estatal tinha interesse em entrar como sócia no negócio, mas foi preterida pelos investidores. O plano da M&G era construir a unidade de PET e depois verticalizar a produção, fabricando também sua principal matéria-prima (PTA).
Durante algum tempo, as duas companhias chegaram a negociar uma associação, que nunca se concretizou. Sem acordo, a Petrobras decidiu apostar na construção da PetroquímicaSuape (PQS), erguendo um complexo que inclui unidade de resina PET, PTA e POY (filamentos têxteis). 
A verdade é que a petrolífera nunca quis ser majoritária no negócio. A ideia era ter um parceiro privado que assumisse 60% do empreendimento. Com a construção do complexo, a estatal entrou em concorrência direta com a M&G no mercado de PET e ainda pressionou a empresa italiana a virar sua cliente.
Sem produção nacional de PTA, o governo federal decidiu flexibilizar o sistema de importação da matéria-prima para viabilizar a produção da M&G. O produto do México entra no País com tarifa zero, mas a regra vai mudar quando a PetroquímicaSuape começar a funcionar. 
A construção da fábrica está atrasada e só deverá ser iniciada em agosto. A unidade tem capacidade para produzir 700 mil toneladas de PTA por ano. Em 2011, as importações de PTA atingiram 407,6 mil toneladas. O item é o principal produto de importação da balança comercial de Pernambuco, contabilizando US$ 541,9 milhões.
A Petrobras e a M&G ainda negociam volumes e preços. Procurada pela reportagem, a Petrobras informou que não vai se pronunciar sobre o assunto. Já a M&G comentou na imprensa nacional que as negociações estão em andamento. 
Um empresário do setor explica que o temor dos italianos é o preço do produto da PQS no mercado. Hoje, a M&G consegue importar a tonelada do PTA por cerca de US$ 1,3 mil. O presidente da PQS, Richard Ward, tem defendido que a empresa será competitiva em âmbito internacional.
A partir de 2013, quando entrar em operação a unidade de PET da Petroquímica, as duas empresas vão rivalizar no mercado. Na avaliação do presidente da Abipet (associação nacional do setor), Auri Marçon, a demanda está crescendo e terá espaço para as duas companhias.

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