segunda-feira, 4 de junho de 2012

Novas rotas para exportadores



Pernambuco está exportando cada vez mais produtos manufaturados para novos mercados como México, Angola, Cuba e China. Se antes estes destinos eram consumidores apenas do açúcar pernambucano, agora eles representam um mercado potencial e já estão comprando roupas, calçados, móveis, refrigeradores, sucos, cachaças e até softwares do nosso estado. Para comprovar o crescimento das exportações basta comparar os quatro primeiros meses de 2011, quando Pernambuco recebeu destes quatro países cerca de US$ 5,83 milhões, ao mesmo período deste ano, cujas vendas atingiram um total de US$ 7,34 milhões. O aumento do volume exportado foi de 25% e esse valor deve subir ainda mais.
“A gente tem que olhar para estes países como parceiros, tanto na exportação quanto na importação. Eles estão se desenvolvendo, como nós, então temos coisas que lá não tem e vice-versa”, explica Patrícia Canuto, gerente do Centro Internacional de Negócios (CIN) da Fiepe. Segundo ela, os maiores obstáculo dos empresários nos acordos com países emergentes são as barreiras técnicas e governamentais e o atraso nos pagamentos. “Em Cuba, por exemplo, existe uma linha de crédito do governo para os importadores, mas o teto não é alto. Então, as pessoas ficam com medo de exportar acima desse valor, pois não vão ter garantias.”
Já no caso da Angola, um problema entre algumas empresas que não pagaram a mercadoria pernambucana no prazo certo levou todos os brasileiros a ficarem com receio em aumentar suas vendas por lá. Resultado: as exportações recuaram no início deste ano. “Foi uma confusão pontual que não representa o mercado angolano, mas como o mercado interno no Brasil está muito aquecido, nem todo mundo quer se arriscar lá fora”, ressaltou Canuto.
Para Osvaldo Ramos, coordenador de missões da Federação do Comércio de Pernambuco (Fecomércio-PE), como muitos destes países têm a economia baseada em serviços, é interessante para Pernambuco realizar conexões não só com o setor industrial, mas também com os comerciantes locais. “Já fizemos três missões para a China porque entendemos que esse mercado não pode ser ignorado e estamos estudando também o comércio da África do Sul, de Cabo Verde e agora, com o voo direto saindo do Recife para o Panamá, vamos analisar as possibilidade de negócios por lá”, afirmou.
De acordo com Ramos, dentre os principais produtos que Pernambuco fabrica e interessa às nações em desenvolvimento, o destaque vai para o setor de tecnologia da informação. “O Porto Digital é um centro de produção de softwares em escala internacional e muitos países emergentes ainda não chegaram nesse nível de acúmulo de conhecimento. Isso é um diferencial nosso, que temos que explorar. Além do próprio produto ter muito valor agregado, ele é vendido em conjunto com serviços de assistência e manutenção, o que significa mais lucro para os pernambucanos”, detalhou. Ele disse ainda que a logística da cadeia produtiva de Suape vende bem lá fora.
DIÁRIO DE PERNAMBUCO

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