sexta-feira, 29 de junho de 2012

Países parceiros do Mercosul desistem de expulsão do Paraguai



Os presidentes de três dos quatro países do Mercosul (Argentina, Brasil e Uruguai) estão decididos a não expulsar o Paraguai do bloco regional e a não aplicar sanções econômicas contra o país, disse o ministro brasileiro das Relações Exteriores, Antônio Patriota. “Há consenso, no entanto, na manutenção do afastamento do Paraguai do processo decisório do bloco”, disse o ministro.

No âmbito da Unasul, em contrapartida, há propostas mais duras contra o Paraguai por parte de Argentina, Venezuela e Equador, como reação ao golpe no qual o Congresso do país derrubou o presidente Fernando Lugo.

Uma das propostas em discussão é a de criar uma comissão investigativa do processo de impeachment de Fernando Lugo, segundo informaram fontes diplomáticas. “Vamos propor e, caso o governo de Federico Franco não aceite receber a comissão de investigação, teremos motivos para expulsar o país do bloco político”, disse um diplomata equatoriano.

“A Argentina está a favor da proposta de endurecimento, como nós”, disse o diplomata equatoriano na mesa de negociação de sua delegação. Mas o vice-ministro das Relações Exteriores, Marco Vinício Albuja Martínez, ponderou que “há várias propostas e não há nada decidido, porque quem vai decidir são os presidentes”.

Martínez ressaltou que os países vizinhos não vão tomar “nenhuma medida que castigue o povo paraguaio, mas é preciso expressar de maneira contundente que rejeitamos o processo político atual no Paraguai, até que se restaure a legitimidade do governo democrático”. Segundo ele, “é preciso possibilitar o direito de defesa de Fernando Lugo”.

O vice-presidente do Parlasul (Parlamento do Mercosul), Ignacio Mendoza, afirmou que foi impedido de ter acesso à reunião parlamentar paralela da cúpula do Mercosul, que acontece nesta quinta e sexta-feira na cidade argentina de Mendoza, pelo fato de ser paraguaio.

Mendoza afirmou que havia se credenciado como membro do Parlasul mas que, ao tentar recolher a credencial, recebeu uma comunicação da chanceleria argentina segundo a qual membros da delegação paraguaia estavam proibidos de participar dos encontros.

Fonte: Jornal do Comércio

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