Os
presidentes de três dos quatro países do Mercosul (Argentina, Brasil e Uruguai)
estão decididos a não expulsar o Paraguai do bloco regional e a não aplicar
sanções econômicas contra o país, disse o ministro brasileiro das Relações
Exteriores, Antônio Patriota. “Há consenso, no entanto, na manutenção do
afastamento do Paraguai do processo decisório do bloco”, disse o ministro.
No
âmbito da Unasul, em contrapartida, há propostas mais duras contra o Paraguai
por parte de Argentina, Venezuela e Equador, como reação ao golpe no qual o
Congresso do país derrubou o presidente Fernando Lugo.
Uma
das propostas em discussão é a de criar uma comissão investigativa do processo
de impeachment de Fernando Lugo, segundo informaram fontes diplomáticas. “Vamos
propor e, caso o governo de Federico Franco não aceite receber a comissão de
investigação, teremos motivos para expulsar o país do bloco político”, disse um
diplomata equatoriano.
“A
Argentina está a favor da proposta de endurecimento, como nós”, disse o
diplomata equatoriano na mesa de negociação de sua delegação. Mas o
vice-ministro das Relações Exteriores, Marco Vinício Albuja Martínez, ponderou
que “há várias propostas e não há nada decidido, porque quem vai decidir são os
presidentes”.
Martínez
ressaltou que os países vizinhos não vão tomar “nenhuma medida que castigue o
povo paraguaio, mas é preciso expressar de maneira contundente que rejeitamos o
processo político atual no Paraguai, até que se restaure a legitimidade do
governo democrático”. Segundo ele, “é preciso possibilitar o direito de defesa
de Fernando Lugo”.
O
vice-presidente do Parlasul (Parlamento do Mercosul), Ignacio Mendoza, afirmou
que foi impedido de ter acesso à reunião parlamentar paralela da cúpula do
Mercosul, que acontece nesta quinta e sexta-feira na cidade argentina de
Mendoza, pelo fato de ser paraguaio.
Mendoza
afirmou que havia se credenciado como membro do Parlasul mas que, ao tentar
recolher a credencial, recebeu uma comunicação da chanceleria argentina segundo
a qual membros da delegação paraguaia estavam proibidos de participar dos
encontros.
Fonte:
Jornal do Comércio
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