sexta-feira, 29 de junho de 2012

Grupo japonês é novo parceiro do Atlântico Sul



A IHI Marine United Inc. (Ihimu), divisão de construção naval offshore da Ishikawajima-Harima Heavy Industries, controlada pelo grupo japonês Mitsui, é a nova parceira tecnológica do Estaleiro Atlântico Sul (EAS), localizado no Complexo Industrial Portuário de Suape. 

A assinatura do contrato foi anunciada ontem pelo estaleiro, que não disponibilizou porta-voz para comentar o acerto, mas informou, por nota, que a Ihimu será “o consultant shipyard (estaleiro consultor) do EAS e prestará serviços de consultoria técnica de operações para todas as embarcações produzidas no EAS, incluindo os drill ships (navios-sonda)”.

O acordo atende à exigência contratual da Transpetro (empresa logística da Petrobras), principal cliente do EAS. O acordo estabelece a participação de um parceiro tecnológico para construção das embarcações encomendadas e, sem isso, o contrato estava suspenso desde o fim do mês passado. 

Agora a Ihimu será a responsável técnica de 16 dos 21 navios petroleiros que ainda compõem a lista pendente de entregas à estatal e inclui também os navios-sonda encomendados pela Sete Brasil (empresa na qual a Petrobras também tem participação).

O primeiro petroleiro entregue pelo EAS à Transpetro, o João Cândido, o segundo, o Zumbi dos Palmares, e outros quatro navios são projetos ainda cobertos pela Samsung, antiga parceira, que deixou o empreendimento em março. A Ishikawajima já atuou no setor naval brasileiro, no estaleiro Ishibrás (hoje Inhaúma, no Rio de Janeiro).

Segundo divulgou a Agência Estado, a suspensão do contrato com a Transpetro segue até 30 de agosto, prazo antes estabelecido, porque a Transpetro havia justificado a medida com três motivos. Por enquanto, o EAS ainda precisa apresentar ao cliente um plano de ação e um cronograma confiáveis de construção dos navios e a apresentação de um projeto de engenharia compatível com as especificações técnicas presentes nos contratos.

O Atlântico Sul informou que tem contrato com a norueguesa LMG Marin para fornecimento do projeto básico e detalhamento de sondas, já em execução. “A LMG está entre as líderes no mercado europeu no seguimento de arquitetura e engenharia naval, tendo sólida atuação na região do Mar do Norte”, declarou o Estaleiro, por nota.

A carteira de encomendas do EAS soma US$ 8 bilhões e inclui 22 petroleiros, além de sete navios-sonda. O suezmax João Cândido foi entregue com um ano e nove meses de atraso à Transpetro; o Zumbi era esperado para março deste ano, mas deve ser entregue até o fim deste ano. O terceiro navio, do mesmo tipo, está em corte de chapa de aço. 


Além das embarcações, o EAS entregou também parte do casco da plataforma P-55. A antiga parceira, a Samsung, detinha 6% das ações do estaleiro, minoritária no negócio que tem Queiroz Galvão e Camargo Correia como majoritárias, cada uma com 50% do empreendimento. A Ihimu é parceira tecnológica, mas não entra como sócia do EAS.


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