O fim da guerra dos
portos não significa apenas uma solução tributária que beneficia o comércio exterior brasileiro e a indústria nacional. Na visão do governo, vai além, pois
acaba com artificialidades no uso da infraestrutura de transportes do país. Como alguns estados ofereciam incentivos fiscais para atrair importações via seus portos, muitas vezes a carga fazia um percurso maior, normalmente por rodovia,
para chegar ao destino final, explica Pedro Brito, diretor da Agência Nacional
de Transportes Aquaviários (Antaq).
Com o fim da
guerra, estradas poderão ser desafogadas de tráfego. Uma importação de empresa do interior paulista, por exemplo, entrava por Vitória —
onde surgiu o incentivo — e viajava por rodovias até o destino, em vez de
aportar em Santos e fazer o caminho mais curto.
— Os portos que tinham essas cargas de importação somente por causa do benefício
fiscal não terão mais. Isso significa que a logística vai ser ordenada pela
origem e destino da carga e não mais pelo incentivo — disse Brito.
Para ele, isso não
significa que portos em estados que
concediam incentivos, como os do Espírito Santo e de Santa Catarina, ficarão
com grande capacidade ociosa.
— É claro que isso
vai implicar perdas para os portos que tinham esse tipo de ganho, mas isso pode ser compensado por novas
cargas e um novo tipo de eficiência.
O porto de Vitória, por exemplo, está sendo dragado para
ter uma profundidade maior, de 14 metros, o que poderá oferecer um potencial de
carga maior à instalação, compensando parte da perda, explicou.
A Resolução 72
fixou uma taxa única de ICMS, de 4%, nas importações, vetando a possibilidade de estados
oferecerem alíquotas menores para atrair produtos aos seus portos.
Fonte: Danilo
Farielo | O Globo
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