sábado, 18 de agosto de 2012

Chesf aposta na energia eólica


Companhia destinará maior parte dos seus investimentos em projetos de geração com uso dos ventos

Foi-se o tempo em que a maior parte dos investimentos da Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf) era na geração hidráulica. Neste ano, o maior aporte entre os projetos próprios da companhia será na fonte eólica. De um total de R$ 643 milhões, aprovados para novos projetos de produção de energia com 100% de capital da Chesf, R$ 314 milhões serão destinados ao parque eólico Casa Nova, no interior da Bahia. Em hidrelétricas, os principais investimentos serão realizados através de participações nas usinas de Jirau, com R$ 215 milhões, e Belo Monte, com R$ 154,3 milhões. A Chesf fechou o primeiro semestre com lucro líquido de R$ 1,07 bilhão, o que corresponde a 41% do registrado pela Eletrobras.
O orçamento aprovado para a Chesf em 2012 é de R$ 1,86 bilhão, que já foi 25% aplicado até agora. Além dos R$ 643 milhões em geração, o valor inclui R$ 1,98 bilhão para transmissão e outros R$ 124 milhões na infraestrutura de tecnologia. O maior destaque na área de geração é o parque eólico Casa Nova, aprovado em leilão 2009 para uma capacidade de 180 MW (megawatt), o que totaliza 120 aerogeradores. Orçado em R$ 800 milhões, vai exigir um aporte da Chesf de R$ 314 milhões apenas em 2012. A previsão é que o parque entre em operação em 2013.
“Essa é a tendência em todo o Brasil”, diz o presidente da Chesf, João Bosco de Almeida, sobre o grande aporte na área eólica. Os maiores projetos em hidrelétricas serão realizados através de participações, como a usina de Jirau, em que a companhia detém 20% da sociedade, e de Belo Monte (15%), ambos na Região Norte. As participações tem um orçamento total de R$ 515 milhões, já aprovado para 2012. O volume ainda inclui R$ 33,9 milhões em três projetos de parques eólicos em que a Chesf é dona de 49% do negócio, junto com o grupo Cornélio Brennand. As usinas Sete Gameleiras, São Pedro do Lago e Pedra Branca serão construídas na Bahia.
Na transmissão, o maior aporte será nas subestações Suape II e III, que somam R$ 200 milhões. De acordo com João Bosco de Almeida, as duas subestações ficam prontas até outubro. “A partir de então, não haverá mais problema de queda de energia em Suape”, garante o presidente da Chesf. Isso porque a tensão será elevada de 230 kV para 500 kV e as subestações serão alimentadas diretamente por duas linhas que saem direto de Paulo Afonso: Angelim (PE) e Messias (AL). “Para faltar energia é preciso perder a transmissão com as linhas dos dois estados”, explica Almeida.
O lucro líquido da Chesf, no primeiro semestre, foi 36,2% superior ao registrado em 2011, passando de R$ 787,2 milhões para R$ 1,07 bilhão. O resultado contribuiu para a alta de 62,4% no lucro da controladora Eletrobras, que fechou o semestre com R$ 2,61 bilhões. O Ebitda (Lucros Antes dos Juros, Impostos, Depreciação e Amortização, em inglês) da Chesf registrou alta de 21,6%, crescendo de R$ 1,34 bilhão para R$ 1,64 bilhão.

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