sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

Mão de obra trava TI


Empresas de tecnologia devem enfrentar falta de 140 mil profissionais neste ano, segundo dados da Brasscom

Abrigadas no segundo maior mercado de tecnologia da informação (TI) entre os países emergentes, as empresas do setor no Brasil vão investir cerca de US$ 134 bilhões (R$ 264 bilhões) este ano, aumento de 6% em relação a 2012, de acordo com dados da consultoria Gartner. 
Ainda que as notícias sejam boas, a falta de mão de obra qualificada no mercado continua sendo o maior gargalo do segmento. Segundo a Associação Brasileira das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação (Brasscom), o déficit atual é de cerca de 90 mil profissionais e pode chegar a 140 mil em 2013.
Ruim para os empregadores, mas excelente para os profissionais de alto nível do setor, que são contratados a peso de ouro e disputados pelo mercado até com uma certa selvageria. O desespero dos contratantes se justifica pela rentabilidade que esses colaboradores representam. 
De acordo com o censo 2012 recém-divulgado pela Associação das Empresas Brasileiras de Tecnologia da Informação (Assespro Nacional), 30% das cerca de 300 empresas ouvidas faturam acima de R$ 100 mil ao ano por profissional.
Roberto Mayer, vice-presidente de Relações Públicas da Assespro, explica que o setor é representado principalmente por pequenas e médias empresas, que driblam a questão da falta de profissionais no mercado ao fazer o melhor uso da produtividade e capacidade de seus colaboradores. “Se não tivessem restrição de mão de obra, algumas empresas conseguiriam aumentar em 15% as suas equipes com contratações imediatas”, afirma.
 São profissionais como Felipe Horta, que construiu sua carreira de forma a se tornar, aos 36 anos, imprescindível para o mercado em que atua. Com 15 anos, ele era programador e, por sua experiência em várias empresas de software, foi convidado pelo fundador da Platão Inovação e Sistemas para ser CEO da empresa, em um ano de crescimento robusto, quando clientes da área de construção civil foram incluídos em um portfólio antes focado em empresas de educação.
Felipe explica que, em 2012, a empresa passou a atender 14 novos clientes somente na área de construção civil. “Foi preciso fazer 12 contratações para dar conta desse aumento.” A equipe, formada por colaboradores bem jovens, faz parte de uma geração inserida em um mercado inflacionado. 
Um programador júnior, com idade entre 20 e 22 anos, ganha salário inicial médio de R$ 4,5 mil. Ainda assim, existem vagas em aberto difíceis de serem preenchidas, especialmente no setor de vendas. Capacitar seria uma solução, mas Felipe afirma que o momento requer encontrar profissionais já prontos.
Indicações
Na empresa TWT Info, a situação é parecida. São cinco vagas em aberto há dois meses para as funções de implantador, programador e técnico em implantação. De acordo com Marco Flávio Gontijo Neves, CEO da empresa, o processo de seleção foi aprimorado e um programa de indicação interna com bonificação foi implantado para tentar solucionar o problema. A saída para a empresa pode ser importar mão de obra.

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