sexta-feira, 29 de março de 2013

Suape: uma joia lapidada ha quatro decadas


Complexo de Suape foi um dos carros-chefes para o crescimento econômico do estado

Economista Tânia Bacelar é enfática: Pernambuco seria outro sem Suape
ROCHELLI DANTAS
A joia da coroa pernambucana. É assim que é conhecido o Complexo Industrial Portuário de Suape. O título não vem de hoje. O projeto não é de apenas um governo. Há décadas ele vem sendo desenhado, discutido e executado. Os planos começaram a sair do papel no fim da década de 1960, quando foram iniciados os estudos para analisar a viabilidade da implantação do projeto.
A região escolhida tinha os principais requisitos para um porto de sucesso: águas profundas junto à linha da costa, com aproximadamente 17 metros de profundidade e a 1,2 quilômetro do cordão de arrecifes, quebra-mar natural formado pelos arrecifes, extensa área para implantação de um parque industrial, distância da movimentação metropolitana da cidade do Recife, entre outros pontos.
Mesmo com todas as discussões, a decisão sobre a viabilidade do complexo veio já na década de 1970, quando o governo optou pela concepção do projeto com base no conceito de integração porto-indústria, já existente no Porto de Marseille-Fos, na França, e de Kashima, no Japão.
“O porto começou a ser construído na década de 1970. Mesmo com a crise que afetou o Brasil nas décadas de 1980 e 1990, os governos pernambucanos tiveram a lucidez de manter os investimentos. Cada um fez um pouco. Quando houve a retomada do crescimento brasileiro, nós estávamos prontos. Não apenas para receber navios, mas para a chegada das indústrias. Então, Suape foi o elemento estratégico da retomada”, afirmou a economista e consultora da Ceplan Consultoria, Tânia Bacelar.
A fase de ouro do equipamento se deu entre os anos de 2007 e 2010, quando o complexo se consolidou como o maior e melhor polo de investimentos do Brasil, título concedido, em 2010, pelo Instituto de Logística Supply Chain (Ilos), após pesquisa junto a 300 empresários.
Para se ter uma ideia, em 2008, ao completar 30 anos, Suape foi o responsável pela geração de 46,7 mil novos empregos no estado, sendo a peça-chave do crescimento de 3,4% do Produto Interno Bruto (PIB) estadual.
“Pernambuco seria outro sem Suape. O complexo é a ligação do estado com o mundo. Se ele não existisse, não estaríamos passando por esse boom de investimentos em que estamos hoje. Suape é um determinante importante para o novo ciclo que Pernambuco vive”, pontuou Tânia.
O crescimento do complexo  salta aos olhos. Nos próximos dois anos, deve receber R$ 3 bilhões em investimentos para execução de obras de infraestrutura e modernização. É lá que a indústria naval está ressurgindo, com a construção do Estaleiro Atlântico Sul, e onde a Petrobras realiza um dos maiores investimentos da estatal: a Refinaria Abreu e Lima, que emprega 40 mil pernambucanos e somará investimentos de US$ 17,1 bilhões.
DIARIO DE PE

Nenhum comentário:

Postar um comentário