domingo, 24 de março de 2013

Transnordestina quase paralisada



Prevista para começar a funcionar em 2015, a Ferrovia Transnordestina está notoriamente com a obra desencontrada. Além de contratos cancelados com construtoras, licitações não publicadas e canteiros paralisados em muitos trechos, os componentes de gestão envolvidos no projeto divergem ou não informam com clareza a real situação do andamento da construção. O novo custo da obra, esperado há mais de dois anos pela Trasnordestina Logística – empresa responsável pela obra – era a grande justificativa pa­ra o descompasso.
O último balanço do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), porém, divulgou o acréscimo de R$ 2,1 bilhões ao preço da ferrovia, que chegou a R$ 7,5 bilhões, mas nada está planejado daqui para a frente. A obra sequer chegou perto da metade e já tem quase R$ 5 bilhões liquidados dessa conta. Como construir mais de 60% de trilhos com 27% da verba à disposição também é uma conta que ninguém explica.
De acordo com uma fonte do setor, atualmente, a via férrea, que cortará três estados do Nordeste (Ceará, Piauí e Pernambuco), tem cerca de 35% concluída e 4,5 mil trabalhadores. “O trecho que vai de Eliseu Martins (PI) até Suape (cerca 1.200 quilômetros) está com movimentação baixa e oscilando entre áreas com construção e em paralisação  De Salgueiro até Missão Velha (CE), a obra está pronta, mas não atende a qualquer necessidade de escoamento de produção, finalidade primordial do projeto.
Já no trecho de Missão Velha até o Porto de Pecém, no Ceará (aproximadamente 520 quilômetros), as obras estão com meros 2% concluídos e totalmente paralisadas, sem contrato, sem licitação, sem construtora”, enfatizou a fonte. “Por isso, cogita-se o prazo de que a ferrovia só seja entregue no fim de 2016”, completou. O prazo de entrega da ferrovia ainda é 2014.
A Transnordestina faz parte do PAC e é considerada prioritária pelo Governo Federal. Apesar de a presidente Dilma Rousseff, em visita ao canteiro de obras no ano passado, ter afirmado que não alteraria o custo do empreendimento, orçado em R$ 5,4 bilhões, o primeiro balanço do PAC 2 de 2013 calculou a execução orçamentária prevista em R$ 7,5 bilhões. A malha ferroviária terá extensão de 1.728 quilômetros e precisa estar 100% concluída para atender ao objetivo de acelerar a mobilidade produtiva em todos os estados próximos ao projeto.
Fonte: www.folhape.com.br

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