GENEBRA
- O Brasil é de novo o país que globalmente mais abre investigações antidumping
para frear importações com preços supostamente desleais, revela a Organização
Mundial do Comércio (OMC) em relatório submetido hoje ao G-20, espécie de
diretório econômico do planeta.
Nos últimos seis meses, o governo brasileiro abriu 29
investigações, mais que o dobro das 13 iniciadas nos seis meses anteriores. Em
comparação, o segundo colocado foi os Estados Unidos, com 12, a Austrália vem
em seguida, com 11 investigações, e o quarto é a Índia, com dez.
Já a Argentina, frequentemente acusada de protecionismo,
baixou para três suas investigações novas, ante 15 no semestre anterior.
No total, o Brasil é responsável por 32,9% das 88 iniciações
de investigações antidumping no mundo inteiro, entre 15 de novembro passado e
15 de maio deste ano.
O governo brasileiro costuma se defender de acusações de
protecionismo. Argumenta que o uso dos instrumento de defesa comercial é
previsto pelas regras da OMC para combater importações com preços desleais e
que assim afetam a indústria nacional. Em todo caso, sua ampla utilização pode
causar incertezas no fluxo de importações nos setores envolvidos e reduzir os
negócios.
O Brasil tem sido campeão na abertura de investigações
antidumping por solicitação do setor privado. O objetivo é impor sobretaxa
contra produtos importados. Em boa parte das vezes, as investigações concluem
contra a necessidade de aplicação de taxa adicional na importação.
A OMC informa que, nos últimos seis meses, 112 novas medidas
de restrição comercial foram adotadas por membros do G-20, menos do que as 116
adotadas no semestre anterior. O fluxo de comércio afetado é de 0,3% das
importações dos países do G-20.
A entidade global, chefiada pelo brasileiro Roberto Azevedo,
alerta que permanece vigorando a vasta maioria das restrições ao comércio
adotadas por países do G-20 desde o começo da crise financeira global.
Nada menos de 1.185 medidas restritivas foram registradas
desde outubro de 2008 nas maiores economias do mundo. Dessas, apenas 251 foram
removidas até maio deste ano. Ou seja, permanecem 934 medidas em vigor.
Fonte:
Portos e Navios.
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