domingo, 19 de dezembro de 2010

Transnordestina emprega 11 mil pessoas

Os contratos para execução dos lotes 2 a 11 do projeto foram assinados no Ceará durante visita de Lula

Missão Velha - Onze mil pessoas já trabalham nas obras da Ferrovia Transnordestina, número que deverá subir para 18 mil com o início de mais um trecho, o maior deles, que liga Missão Velha, no Ceará, ao Porto do Pecém. Serão 527 quilômetros de trilhos.

Os contratos para execução dos lotes 2 a 11 do projeto foram assinados ontem com as construtoras Odebrecht, Andrade Gutierrez e Galvão Engenharia, durante visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva a esse município. A Transnordestina está orçada em R$ 5,4 bilhões e é um dos maiores projetos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).

Antes de participar da cerimônia no centro de Missão Velha, Lula conferiu de perto as obras de implantação da superestrutura (colocação do lastro de brita, dos dormentes e dos trilhos) no trecho que vai até Salgueiro, em Pernambuco. Esse ramal tem 95,42 quilômetros de extensão, sendo 13,80 quilômetros em solo pernambucano, mas apenas 15 quilômetros estão com a superestrutura pronta.

O presidente fez esse percurso em aproximadamente 25 minutos num antigo vagão de passageiros, conhecido como litorina, puxado por uma locomotiva remanescente da antiga Malha Nordeste. Ele viajou do túnel construído sob a rodovia CE-293 até o marco zero da ferrovia.

Já no centro de Missão Velha, Lula discursou em um palco armado em frente à antiga estação ferroviária, hoje Secretaria Municipal de Cultura e Turismo. Foi nesse local que, em junho de 2006, o presidente assinou a primeira ordem de serviço da Transnordestina, dando início às obras desse ambicioso projeto.

Mais de quatro anos depois, ao invés de inaugurar pelo menos um dos trechos como inicialmente previsto, Lula presencia a assinatura de mais contratos. A promessa agora é 2012.

´A arte de governar é a arte de planejar e assumir compromissos definindo prioridades. Jamais me passou pela cabeça tirar alguma coisa do Rio Grande do Sul, de Santa Catarina, de São Paulo, do Paraná, do Rio de Janeiro, de Minas Gerais.

Agora, não era justo que o Nordeste continuasse sendo tratado como se fosse a escória deste país`, disse o presidente, argumentando que a região nunca foi prioridade para seus antecessores.

A própria Transnordestina era considerada uma obra impossível de se realizar. Foi iniciada nos anos 1980 e paralisada na década seguinte com apenas 10 quilômetros concluídos.

 Até que o governo federal mobilizou uma intrincada engenharia financeira, envolvendo recursos próprios via Valec, do Finor e de empréstimos junto à Sudene, ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e ao Banco do Nordeste, além de uma participação financeira do empreendedor privado, a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), controladora da Transnordestina Logística S.A.

´Lula fez, para essa ferrovia sair do papel, mais de 40 reuniões. E cobrava de todos os órgãos e dele mesmo, sempre com o mapa na mesa`, afirmou o presidente da Transnordestina Logística, Tufi Daher Filho. O executivo, dizendo-se ´inconformado com os obstáculos` e reconhecendo que Lula estava na verdade visitando uma obra incompleta, garantiu que a ferrovia seria concluída.

Fonte: http://www.jconline.com.br/

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