quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Grandes operadores de carga ganham mais espaço no mercado



A indústria de frete é historicamente conhecida por ser fragmentada. Pequenas empresas locais podiam competir com grandes transportadoras utilizando agilidade e conhecimento de mercado.

 Mas isso está mudando. A K+N (Kuehne+Nagel), em particular, registrou aumento no volume e nas vendas, aparentemente, maiores que o crescimento do mercado, tanto no modal aéreo como no marítimo. Contudo, conseguir evidências sólidas em um setor tão opaco como estes `
é difícil.

Então, para analisar a mudança da concentração, podemos utilizar o "Herfindahl-Hirschman Index", uma ferramenta que mede a presença de mercado das companhias líderes de maneira mais precisa do que simplesmente levar em conta o market share. Com esta técnica, aplicada ao transporte de carga marítimo e aéreo, pode-se observar uma dinâmica interessante.

Em 2005, o índice registra o número 221,62. O resultado é maior do que o indicador "100 ou abaixo", que demonstraria uma estrutura de mercado bem fragmentada e competitiva. Porém, é bem menor do que "1.000", que é a marca que representa setores mais concentrados, ou seja, um mercado com grandes players, com alto poder de precificação.

De 2005 até o início de 2007, o índice apresentado é inferior a 205 o que significa que os jogadores já vinham perdendo market share. No entanto, até 2008 a estrutura do mercado parece se transformar significativamente, atingindo 227 naquele ano e continuando a subir de forma constante até 258, em 2010.

A mudança quantitativa não é tão grande, mas a tendência é clara. O setor está se consolidando com maior poder indo em direção às dez maiores operadoras de carga.

Estes resultados levantam a questão sobre o que está impulsionando esta tendência. É uma fase passageira, possivelmente impulsionada pela recessão ou reflete uma mudança secular na estrutura do frete? A última afirmação pode muito bem ser uma verdade sobre essa discussão.

O investimento pesado em tecnologia da informação feito por grandes empresas tem melhorado não só a produtividade, mas também a capacidade de responder a mudanças de curto prazo no mercado. Também pode ser que os grandes players estejam melhor posicionados para atender grandes clientes, cuja dinâmica da cadeia de suprimentos é tão importante na condução do comércio mundial.

De qualquer forma o Índice Herfindahl-Hirschman sugere que a estrutura do mercado global de fretes está mudando lentamente.

Fonte: http://www.guiamaritimo.com.br/nota.php?id=5530&gmn=1

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