sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Sem recursos alocados nos portos, sofreremos um colapso

Para especialista, o PAC não passou de um grande pactóide, com direito a muita retórica discursiva e pouca obra


O Ministério da Fazenda divulgou em dezembro o boletim “Economia Brasileira em Perspectiva”, que prevê a solidez da economia brasileira para este ano. Além disso, a secretaria de Política Econômica informou que o Brasil ocupa o terceiro lugar no ranking entre as economias mais citadas como destinos atrativos de investimento. Perguntado se concorda com essas estimativas, o especialista do Instituto Millenium Marco Tulio Kalil Ferreyro, se divide.

“Sim e não, pois, em boa parte, tais investimentos ainda carregam portfólios meramente especulativos, devido aos ganhos de arbitragem juros/câmbio. Por outro lado, há uma boa entrada de IED (Investimentos Estrangeiros Diretos) – estimados em US$ 55 bilhões para o corrente ano -, dado as boas perspectivas que uma economia que vive um cenário de bônus demográfico oferece e que deverá perdurar pelas próximas duas décadas”, diz.

Para ele, apesar de haver um certo cenário duvidoso, deverá haver crescimento em investimentos em setores de infraestrutura, mais especificamente, em portos e ferrovias, pois, caso contrário, sem recursos alocados nesses nichos, que andam em compasso com a demanda requerida, sofreremos em breve um colapso de infraestrutura que abortará toda e qualquer possibilidade de obter-se crescimento sustentável e duradouro. “Neste caso, portanto, a descrença é o pior dos mundos para a economia do País. Por isso, mais do que nunca, é preciso que o governo Dilma tenha efetiva gestão com elevado patamar de governança”, aponta.

Ferreyro diz que, infelizmente, até o momento, o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), não passou de um grande “pactóide, com direito a muita retórica discursiva e pouca obra”. “Com certeza absoluta, a única saída para melhorar a infraestrutura de portos é integrar o setor privado ao investimento”, conclui.

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