O
Porto de Santos deve dobrar a capacidade de operação até 2014, segundo o
diretor de planejamento da Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp),
Renato Barco. A previsão é que com a construção de dois novos terminais o porto
passe a movimentar 8 milhões de teus em carga – cada teu equivale a um
contêiner de 20 pés cúbicos (38,51 metros cúbicos), que pode transportar
aproximadamente 10 toneladas.
Os
investimentos para a construção dos novos terminais, totalizando cerca de R$
3,5 bilhões, serão feitos pela Empresa Brasileira de Terminais Portuários S.A
(Embraport) e pela Brasil Terminal Portuária. Com as obras, o porto passará a
trabalhar com folga – a demanda prevista para 2014 é de 4,25 milhões de teus.
“Em um ano e meio nós vamos mais que dobrar a nossa movimentação, esse é o
nosso plano, o nosso projeto”, ressaltou Barco. Em 2011 foram movimentados 2,9
milhões de teus em Santos.
A
construção permitirá, de acordo com o diretor, a criação de até 1,5 mil
empregos. Atualmente, cerca de 15 mil pessoas trabalham no porto. “Considerando
os operadores portuários e os trabalhadores administrativos que operam nos mais
variados terminais do porto”, explicou Barco.
Além
dos novos terminais, Barco destacou que a obra de dragagem para aprofundamento
do cais já está 95% finalizada. “É uma obra do PAC [Programa de Aceleração do
Crescimento], está elevando o nível de atendimento e colocando o Porto de
Santos como um dos mais importantes do mundo”, disse sobre a intervenção que
vai aumentar a profundidade do canal de 12 metros para 15 metros.
Apesar
das melhorias, o diretor ressaltou que ainda existe um gargalo para o
transporte das mercadorias até o porto. Isso porque os veículos de carga têm
que enfrentar o tráfego intenso nas rodovias do Sistema Anchieta-Imigrantes,
que liga a capital paulista com o litoral e, por isso, tem fluxo intenso nas
épocas de temporada. “Em toda essa estrada o caminhão compete muito com o carro
de passeio. Ainda mais em época de temporada, época de calor”, assinalou.
Para
solucionar o problema, Renato Barco defende a ampliação da malha ferroviária
para, inclusive, contornar a capital paulista, que restringe o tráfego de
caminhões durante o dia. “Hoje, por exemplo, as mercadorias que chegam do
interior de São Paulo ou de Mato Grosso param para atravessar São Paulo somente
à noite.”
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