A divisão brasileira da chinesa Shacman, a Metro Shacman, se pronunciou ontem, pela primeira vez, desde o anúncio de que Caruaru terá uma fábrica de caminhões e ônibus, feito há uma semana pelo governador Eduardo Campos. O diretor executivo da Metro Shacman, Rodrigo Teixeira, conversou com o JC sobre a desconfiança quanto ao anúncio, a atual fase embrionária da fábrica e afirmou que, até o projeto ser detalhado, qualquer dado referente ao empreendimento é uma ordem de grandeza, não dado concreto.
Desde o anúncio feito pelo governador, há uma semana, o JC tenta contato direto, sem retorno, com a Qingong International, chinesa dona de 11 companhias, entre elas a Shaanxi Automobile Group (SAG), controladora da Shacman. No último sábado, porém, o jornal Folha de São Paulo publicou matéria segundo a qual a direção da SAG na América Latina nega haver acordo com Pernambuco sobre uma fábrica.
Segundo Rodrigo, contudo, a Shacman estaria confirmada no Estado e faltaria só detalhar o projeto. Uma comitiva de executivos e do pessoal de engenharia vem a Pernambuco na primeira quinzena do mês que vem fazer o anúncio oficial, sustenta Teixeira.
A assessoria de imprensa do governador anunciou como certa a cifra de investimento de R$ 1 bilhão, além de 1.000 empregos diretos, na fábrica. Rodrigo diz que os números são uma ordem de grandeza ainda não se pode detalhar o projeto.
O executivo comentou ainda que a Shacman trará uma fábrica, não uma CKD hipótese em que os veículos teriam todas as partes importadas prontas, apenas desmontadas. Vamos começar com uma quantidade menor de componentes locais. Mas no prazo de 3 anos vamos passar de 8% a 10% para 15% de componentes brasileiros para 65% e aproveitar o regime automotivo brasileiro [de benefícios fiscais condicionados à nacionalização, complementa o diretor executivo.
Segundo ele, é natural, pelo porte da fábrica, não haver ainda definição quanto à composição dos recursos para o projeto. A Shaanxi tem 30 fábricas apenas na China. Eles têm um departamento encarregado só disso. A construção da fábrica será rápida, modulada. Quanto à fase de produção, é um processo complexo, que depende da definição de sistemistas e fornecedores, afirma Teixeira.
JORNAL DO COMMERCIO
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