A aprovação da Medida Provisória 595, a MP dos Portos, com um item que impõe limitação de 5% na participação de armadores nos terminais privados no país deve impactar nos planos de investimentos da Log-In.
A medida pode fazer a empresa, que espera faturar R$ 1 bilhão este ano, repensar o projeto de R$ 200 milhões para a construção de um porto em Manaus.
Com capacidade para 350 mil TEUs, as obras do porto estão atualmente paradas, aguardando licenciamento. Quando o projeto for liberado, a Log-In afirma que o porto de Manaus pode ser entregue entre 18 e 24 meses.
"Obviamente, diante desse novo cenário, nós teremos de repensar", afirmou o presidente da Log-In, Vital Lopes, no Rio, durante o lançamento ao mar do quarto navio da empresa fabricado no Brasil. "Não serão somente as restrições das licenças para a autorização do porto, mas também esta restrição ao investidor, que nos cria uma nova barreira." A Log-In tem 70% de participação no projeto do porto em Manaus. A empresa conta ainda com um porto em Vitória, no Espírito Santo.
Para Lopes, a proposta atrapalha o desenvolvimento do setor ao restringir a participação de investidores. "Se existe alguma restrição que deve ser colocada sobre a concorrência junto aos portos, tem de ser regulado através de um mecanismo adequado, não restringindo o percentual de participação das empresas de navegação em um terminal", criticou. "Isso é uma restrição de investimento". Lopes, no entanto, espera que a presidente Dilma Rousseff vete o item da MP.
"Nosso forte em investimento é na navegação, onde a gente está investindo cerca de R$ 1 bilhão, construindo navios para poder operar em portos", afirmou Lopes. "Operar em portos não é uma necessidade, mas é uma oportunidade para a Log-In e a gente não está disposto a abrir mão dessa oportunidade, até a aprovação dessa medida."
A Log-In lançou ontem ao mar o graneleiro Log-In Tucunaré. Construído no Estaleiro Ilha S.A. (IESA), no Rio. O navio custou R$ 170 milhões. Este é o segundo graneleiro da companhia, e o quarto navio de uma encomenda de sete embarcações ao IESA, no valor total de R$ 1,2 bilhão.
O navio de 75 mil toneladas de capacidade vai atender o contrato de 25 anos com a Alunorte para transporte de bauxita no Pará.
A Log-In opera hoje com quatro navios próprios e quatro afretados. Com a entrega das encomendas - que devem ser concluídas em dezembro de 2014 com mais três porta-contêineres - a meta é operar com 100% de navios próprios já no começo de 2015.
Até o fim de 2013, a Log-In vai delinear um plano estratégico para definir se fará novas encomendas a partir de 2015.
Fonte: Valor Econômico/ Guilherme Serodio
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